Jovens moradores do Caximba estão prestes a concluir um curso gratuito que pode os projetar para uma carreira com muitas oportunidades no mercado de trabalho. Eles estão tendo aulas práticas para consertar smartphones, notebooks e também de como empreender, já que o curso dado por um empresário voluntário contempla dicas de relacionamento com clientes e até mesmo de precificação dos serviços.
Hélcio Oliveira Rezende é quem comanda a turma, formada por cerca de 20 alunos, que se reúne toda segunda e quarta-feira no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Caximba. “A ideia é aperfeiçoar quem está em busca de trabalho. O que eu faço na minha empresa é exatamente o que eles aprendem aqui. Procuro colocar na prática temas como onde comprar equipamentos, como negociar preço”, disse o professor. Quando a reportagem esteve no local os alunos estavam aprendendo a retirar, trocar e soldar componentes em notebooks. O curso é uma parceria com a Fundação de Ação Social (FAS).
As aulas são divididas em oito. São seis técnicas e práticas e outras duas aulas de cunho comportamental. “Neste momento eles aprendem como trabalhar com ética, como lidar com clientes e também como se preparar para o mercado de trabalho”, explicou o professor. Fora do CRAS esse tipo de curso chega a custar R$ 2 mil.
Parceiros, não concorrentes!
O professor vê o curso como uma oportunidade de novos colegas de trabalho. “Não estamos criando concorrentes, mas parceiros. Assim todos evoluímos tanto pessoalmente quando profissionalmente. Conquistamos novas perspectivas e novos desafios”, disse o professor.
Entre os alunos de Hélcio está a jovem Pricila Witt, que já tem planos para aplicar os conhecimentos adquiridos no curso feito no CRAS. “Meu cunhado tem uma assistência técnica e me vejo podendo ajudar ele lá na frente. Montar um notebook, por exemplo, é a parte mais difícil e penso que é muito importante saber o que estamos fazendo”, disse a moradora do Caximba.
A jovem Gabrielly de Oliveira vê o curso como uma oportunidade de aprender uma profissão que está em alta. “Tudo é tecnologia atualmente. Pretendo me aperfeiçoar e vejo que a tecnologia é o caminho”, disse a jovem de 19 anos.
O presidente FAS, Thiago Ferro, ressalta que o objetivo é oferecer cursos profissionalizantes afinados com o mercado de trabalho. “Hoje entendemos que a tecnologia, seja de hardware (equipamentos da informática), como o curso dado na CRAS Caximba, quanto de software (sistemas), é o emprego do futuro e adolescentes se interessam muito”, disse. Um exemplo é o número de inscritos para o 1º Empregotec: 1,7 mil. “Uma área com empregabilidade praticamente certa”, ressaltou Ferro.
Segundo dados da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-PR), Curitiba tem hoje 6 mil vagas de trabalho em aberto na área de tecnologia.