Em uma ilha em meio às tranquilas residências do bairro Cascatinha, os moradores das Ruas Flávio de Andrade e Francisco Moscardin enfrentam o problema de viver sob a constante ameaça de verem suas casas debaixo d’água. As moradias construídas ao lado do Rio Cascatinha, numa região rebaixada, tem provocado muita dor de cabeça à população devido aos alagamentos que se tornaram cada vez mais comuns nos últimos anos.
A situação é tão alarmante que algumas casas, localizadas na parte mais baixa das ruas, estão abandonadas. “São cinco casas que não conseguem ser alugadas nem vendidas. Ninguém quer morar nesta região, pois sabem que terão prejuízo”, explica o vendedor técnico Luiz Fernando de Freitas Araújo. Luiz conta que quando se mudou para região já havia sido alertado sobre a condição do local.
“Aluguei através de um amigo, que me alertou para a ocorrência de enchentes, porém não imaginava a dimensão do problema”, lembra o vendedor. Em dias de chuva intensa, ele afirma que a única solução é levar o carro para o ponto mais alto da rua e correr para levantar os móveis sobre as mesas e armários. “Nos dias em que o tempo vai fechar, ficamos em alerta para começar o quanto antes a se preparar, porque a água chega quase no teto”, diz.
De acordo com o morador, a rua possui poucos esgotos de microdrenagem. “A água não tem vazão nenhuma na rua e entra nas casas. Meu vizinho, inclusive, contraiu hepatite por conta da sujeira que vem junto com água suja”, relata. Para o morador, a solução estaria na construção de um lago para conter o nível da água nos dias chuvosos. “Em Curitiba, essa solução já deu certo, como nos parques São Lourenço, Barigui e o Passeio Público. Além de resolver o problema, ajudaria o bairro a ficar mais bonito”, argumenta.
A Secretaria de Obras não se manifestou em relação à análise sobre a proposta de Luiz, porém informou que existem possíveis soluções em fase de projeto para região, que visam minimizar o problema causado pelas enchentes. Segundo o órgão, as propostas estão em fase final de aprovação junto à Caixa Econômica Federal e os projetos devem ser licitados até o final deste ano.