Uma demora programada. Essa é a regra pra quem busca o serviço de coleta de “Lixo que não é lixo” da prefeitura. Pra resíduos vegetais e entulhos de móveis sem chances de reutilização, o recolhimento deve ser pedido pelo 156 e, dentro de 15 dias, o caminhão passa recolhendo até cinco carrinhos de mão cheios.
A falta de orientação levou a família do músico Fernando da Silva Ribas, 38 anos, no Capão Raso, a ficar com o gramado em frente ao muro da residência ocupado por vários dias com entulhos de móveis. Ele acionou o 156 no dia 12 de junho, acreditando na prontidão do serviço. “Já estou há dias esperando recolherem”, reclamou. Natural de Francisco Beltrão, se mudou pra Curitiba há quatro meses e, ao contatar o serviço da prefeitura, em nenhum momento foi informado dos prazos de coleta especial e nem da outra opção disponível, o Disque Solidariedade, também acionado pelo 156.
Segundo o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), móveis em condições de uso são recolhidos e destinados aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Em média, 350 famílias carentes são beneficiadas por mês. No último ano, foram 4.312 beneficiados. Além de móveis, no topo da lista de itens mais requisitados pelas famílias carentes estão fogão, geladeira, pias (de cozinha e de banheiro) e utensílios de cozinha (como panelas e talheres).