Edson mora na região há mais de 20 anos. Ele conta que a situação começou a piorar há cerca de um ano, quando os caminhões começaram a se aglomerar no entorno da delegacia. “Vimos que o pátio começou a encher e os caminhões começaram a ficar pra fora. Já chegou a ter uns 15 espalhados pelas ruas. Agora só são nove, entre caminhões e carretas”, conta.
Ainda de acordo com o representante comercial, por causa da posição das carretas e caminhões, muitos motoristas perdem a visão do cruzamento. “Quem vem da Rua Profª Antônia Reginato Viana tem muita dificuldade para atravessa a Rua Araguaia, que é uma preferencial e não conta com nenhum redutor de velocidade. Então, o pessoal corre demais. Ultimamente tem dado muitos acidentes”, relata.
Dona Leda ainda conta que os caminhões parados na região têm gerado assaltos a moradores e trabalhadores. “Muita gente desce de ônibus na Avenida Victor Ferreira do Amaral e vem andando pela Rua Araguaia. Como é escuro, os bandidos se aproveitam para se esconder debaixo das carretas. Muitos dos meus colegas de trabalho que moram aqui na região já foram assaltados aqui. Isso se tornou um ponto perigoso”, lamenta.
Segundo o leitor Weslley Aquino, que procurou os Caçadores de Notícias para sugerir a reportagem, “o problema é que os veículos apreendidos estão estacionados nos dois lados da rua Araguaia, a uma distância inferior a 5 metros da esquina”, o que contraria o artigo 181 do CTB. “Essa rua é estreita e não tem calçadas em nenhum dos lados; quando os carros se encontram trafegando em sentidos opostos neste ponto, o risco de atropelamentos ou colisões é grande. O fluxo de pedestres é considerável, principalmente nos horários em que pais levam e buscam as crianças nas escolas e creches próximas”, relata.
O delegado Marcelo Lemos de Oliveira, titular da DEDC, alega que o acúmulo de caminhões no lado de fora da delegacia ocorre por causa da situação de cada veículo e afirma que falta um espaço para receber veículos pesados apreendidos em operações especiais. “Temos três caminhões que estão com vínculo investigativo de Paranaguá. Outros três estão ainda sendo investigados porque participaram de ocorrências de roubo de carga. Cada veículo tem uma situação. Isso mostra que estamos trabalhando, mas ainda precisamos de um espaço específico para esses caminhões. Mas se temos problemas pra abrigar carros, imagine caminhões”, ressalta.
Já a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informou que não tem o que fazer na situação. Alega que a competência sobre os veículos é da polícia, que chegou a solicitar que os caminhões fossem colocados no pátio da Setran, mas este também não tem espaço disponível. Além disso, o órgão ressalta que não poderia multar os veículos porque são apreendidos. Caso fizesse isso, geraria multa aos donos, que não são os infratores, já que a polícia deixou os caminhões ali por não ter um pátio.
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