Dar formação profissional para jovens e adolescentes de baixa renda, acompanhada de formação humana, é a proposta da Rede Esperança, associação sem fins lucrativos no Capão da Imbuia. A entidade atende gratuitamente 150 adolescentes com boas notas, no contraturno escolar.
Dos 12 aos 14 anos, os adolescentes frequentam o programa Construindo o Futuro, que oferece oficinas de esporte, lazer, música, arte e cultura. João e Cláudio, ambos com 14 anos, dizem que, se não estivessem frequentando a Rede Esperança, estariam em casa, jogando videogame, mexendo no computador ou dormindo.Em pouco mais de um ano no programa, já receberam elogios das mães, dizendo que estão mais participativos nas tarefas domésticas e melhoraram as notas na escola.
Futuro
Dos 14 aos 18 anos, os adolescentes frequentam os programas Adolescente Aprendiz e Profissionalização, onde são inseridos em cursos de mecânica industrial, mecânica automotiva ou administração e são encaminhados para estágios. Mariana, 16 anos, começou a frequentar a associação aos 12 anos. Ficou um ano e meio afastada por causa das notas baixas na escola.
Esforçou-se e melhorou o boletim porque queria voltar. Hoje, faz curso de auxiliar administrativa e sonha cursar Medicina Veterinária e seguir carreira na Polícia Militar. São muitas histórias de jovens que se formaram pelos cursos oferecidos e hoje são donos de negócios, outros concluíram faculdade e são profissionais bem colocados, ex-alunos que hoje são professores dos programas, ex-aluna que hoje é a pedagoga responsável pelo programa Construindo o Futuro.
Formação humana
Em paralelo a todos os programas há o trabalho de formação humana, que eleva a autoestima dos adolescentes, fortalece a personalidade, acrescenta valores e ajuda a fazer escolhas responsáveis. “Por trás de cada certificado profissionalizante emitido há uma história. Acompanhamos todas elas”, diz Graziella Colombo, diretora da Rede. Todos os jovens recebem a visita dos profissionais para ver como andam as coisas em casa e na escola, oferecer outras ajudas (como cesta básica, vale-transporte, apoio psicológico e social.
Projeto Guarituba
A Rede Esperança mantinha sede no Jardim Guarituba, em Piraquara, e trabalhava principalmente com mulheres da comunidade, com cursos profissionalizantes, e adolescentes. No entanto, em 2012, pela redução de verbas, foi obrigada a fechar as portas. Rosangela Silva, auxiliar administrativa da Rede, lembra que um garoto que entrou com 12 anos e frequentava as aulas de dança hoje faz parte do ballet do Teatro Guaíra.
O começo
A Rede Esperança foi fundada em 1992, por famílias italianas que vieram ao Brasil para adotar crianças e sentiram vontade de ajudar os pequenos. Montaram a Rede Esperança enviavam dinheiro para manter o projeto. A Rede conseguiu parceria com o Senai para oferecer os cursos profissionalizantes. Em 1996, veio a parceria com a Fundação de Ação Social, encerrada em fevereiro. Depois de 20 anos recebendo a verba estrangeira, a crise europeia de 2012 fez o dinheiro diminuir muito. Vários programas foram encerrados. Mesmo assim, a diretora Graziella Colombo se orgulha de, nestes 23 anos, ter formado (com certificação profissional) 12 mil adolescentes e mulheres. Indiretamente, os programas impactaram 50 mil pessoas.
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