Andar pela Rua Tiago Rafael Mickosz Dallegrave, última rua do Campo de Santana, antes da divisa com a refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, não é uma tarefa fácil durante os dias chuvosos. Além da lama e de pequenos locais de alagamento, há muito entulho nos cantos da rua, que trazem mau cheiro e insetos às casas. Sem contar que o ônibus passa longe dali e é preciso caminhar um bom tanto até o ponto.
A enfermeira Josiane da Silva, 27 anos, moradora desta rua, se viu obrigada a comprar um carro para ir trabalhar. De sua casa até o ponto de ônibus mais próximo, da linha Rio Bonito / CIC, são 20 minutos de caminhada. Em dias de chuva, é quase uma aventura chegar limpa ao trabalho. “Mas esse ônibus só vai até o terminal da CIC. Se eu precisar pegar o outro, Rio Bonito, que vai sentido Pinheirinho, são mais 10 minutos de caminhada”, relata a enfermeira, que antes de ter carro, precisava sair de casa às 4h40 para chegar em tempo no hospital que trabalha. E mesmo chegando cansada do serviço, a próxima “aventura” é limpar a lama da garagem e calçadas.
O construtor José Márcio de Camargo, 31 anos, também já teve alguns problemas pela falta de asfalto na rua. Além de já ter tido um dos pneus do seu carro furado, teve que consertar o escapamento, que caiu de tanto vibrar ao passar pela buraqueira. “A prefeitura até passou a máquina aqui há duas semanas e a rua ficou plana. Mas é só chover que já fica tudo esburacado de novo”, lamenta.
Lixo
Josiane reclama que uma empresa de construção civil da região passou a jogar entulhos (restos de construção) na beirada da rua. “Antigamente eles até empurravam para dentro do terreno. Mas agora nem isso fazem. Um funcionário me falou que é porque a patrola está estragada. Só que antes não tínhamos problemas com insetos aqui. Agora esse lixo aí na frente está trazendo vários deles para dentro de casa”, reclama a enfermeira.
Os Caçadores de Notícias estiveram no local e sentiram um cheiro de podre muito forte. Um parente de Josiane foi olhar e disse que era um cachorro morto, jogado por ali.
Outro morador da rua, que não quis se identificar, contou que o terreno onde os entulhos eram jogados pertence à própria construtora que agora joga a sujeira na beirada da rua e não empurra para dentro. De lá a empresa retirava areia antigamente. No lugar da areia ficou um enorme buraco, que encheu com a água das chuvas e formou uma lagoa poluída.
E não é só na Rua Tiago Rafael Mickosz Dallegrave que a falta de asfalto prejudica o vai e vem dos moradores. Na esquina das Ruas Davenir Marques Viana e Aretuza Machado de Andrade a reportagem encontrou um “rio”, que cortou a rua ao meio. Caso o motorista insista em passar sempre nesta esquina, corre o risco de parar o carro no mecânico a cada chuva que cai.
Sem projeto
Procurada pela Tribuna, a prefeitura diz que tem conhecimento dos pedidos feitos pelos moradores, das ruas Tiago Rafael Mockosz Dallegrave e Davinir Marques Viana e Aretuza Machado de Andrade, mas ainda não há nenhum projeto para elas. “Quanto ao entulho, não localizamos nenhuma reclamação no 156, mas já encaminhamos o Gestor da área para verificar o problema”, diz a nota enviada à Redação.
