Os moradores do Campo de Santana Franciele do Nascimento, 31 anos, e Adriano Brisqui, 39, vão manter a família apenas com a renda dela, que é assistente de logística. Isso porque não há vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da Regional Pinheirinho e o casal não tem com quem deixar a filha Bianca Brusqui do Nascimento, de um ano de idade. A solução encontrada por Adriano foi largar o emprego de metalúrgico pra cuidar da bebê, há pouco mais de um mês.
Na frente da residência do casal, começou a ser construído o CMEI Hortênsias, na Rua Uriel Nogueira dos Santos, há cerca de duas semanas. A unidade vai atender a 200 crianças, mas a previsão de inauguração é só em 2016. Enquanto isso, Franciele e Adriano não sabem mais a quem recorrer.
O metalúrgico chegou a entrar com um processo na Justiça contra a prefeitura pra obter o custeio de uma escola particular. “O defensor público disse que o prefeito conseguiu uma liminar com a juíza pra não pagar a creche pra gente. Estamos revoltados”, conta. O casal procura uma vaga pra filha na rede pública desde que ela nasceu. Já contataram um vereador do bairro, mas sem sucesso.
A primeira meta do Plano Municipal de Educação, aprovado em junho de 2015, diz que, em dez anos, Curitiba vai ter de ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender 100% das crianças de até três anos, de preferência na rede pública.
CMEIs em construção
Mais dois CMEIs na Regional Pinheirinho ainda não estão atendendo a população. O CMEI Jardim Ludovica, na Rua Algacyr Manoel Voluz, está em fase de fundação e elevação de tijolos. A obra vai atender a 150 crianças, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), e tem previsão de ficar pronta em 2016.
Pronto desde setembro, o CMEI Rio Bonito IV, na Rua Cecílio Vigo Bruzamolin, não tem data pra ser inaugurado. “Agora estão em trâmites os processos pra mobília, ajustes finais de obras e contratação de profissionais. Todos os esforços estão sendo feitos pra colocar a unidade em funcionamento no primeiro trimestre de 2016. A dificuldade pra contratação é consequência dos efeitos da recessão econômica que o país enfrenta”, informa a SME, em nota. A unidade vai atender a 150 crianças, de zero a cinco anos de idade.