O mesmo destino que antes consumia cinco minutos, há um mês, passou a consumir quase 30 minutos para quem sai da Rua Ângelo Burbello, no bairro Campo de Santana, e precisa cruzar a BR-116. O cruzamento na altura do km 119 foi bloqueado no dia 26 de fevereiro a pedido da Polícia Rodoviária Federal (PRF), porque a conversão pelo km 115 não estava sendo respeitada pelos motoristas, aumentando o risco de acidentes. E mesmo com os blocos de concreto impedindo a passagem, não é raro encontrar motociclistas contornando os obstáculos para cruzar a rodovia duplicada de maneira “mais rápida”.
O condutor de transporte escolar Mario Jair Burbello reconhece que o bloqueio diminuiu os acidentes, mas também afetou significativamente a vida de sua família e seus vizinhos. “Até o bloqueio era engavetamento direto e pessoas perdendo a vida em acidentes. Mas agora, estamos separados do restante da família e de serviços como escolas e supermercado que ficam no outro lado da rodovia. O que antes levava cinco minutos, agora nos exige meia hora de carro, porque preciso ir até a Fazenda Rio Grande para conseguir chegar lá”, afirma.
Trabalhando com o transporte, ele explica que várias mães estão tendo que buscar e deixar o filho após a passarela, porque alterou completamente o tempo do trajeto das vãs que fazem os dois lados da rodovia. “No meu caso, já transportava apenas os estudantes das escolas que ficam para o lado do Campo do Santana, mas tenho colegas que estão tendo prejuízos, porque aumentou em 30% o gasto de combustível e o tempo no trânsito ficou algumas vezes maior, atrasando a entrega”, aponta.
Para eles, a saída seria a liberação do cruzamento com o semáforo em funcionamento e, na sequência, a construção da trincheira. “Só que isso deveria ser feito com agilidade. Não dá para demorar o mesmo tempo da duplicação (2008 a 2013)”, pondera o condutor.
Retornos improvisados
A assessoria de imprensa da concessionária Autopista Planalto Sul, responsável pelo referido trecho da BR-116, explicou que para diminuir o transtorno está executando provisoriamente dois retornos em nível, no km 119,4 (da Rua Vereador Ângelo Burbello) e no km 123,2 (da Rua Jorge Tortato), com término previsto para final maio ou início de junho, a fim de “permitir que os moradores dos bairros do entorno possam retornar em locais menos distantes da rodovia duplicada”.
A assessoria do Ippuc, responsável pela trincheira da Rua Vereador Ângelo Burbello, explicou que até o final do ano deve ser realizada a licitação do projeto de execução da obra, a fim de que os trabalhos iniciem de fato em 2015. Já a assessoria da Comec explicou que o projeto para a trincheira da Rua Jorge Tortato já está pronto, porém, aguarda ser incluído nas próximas modalidades do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Comércio enfraquecido
Residindo em Fazendo Rio Grande, ele também sentiu a diferença no tempo de deslocamento para o endereço do futuro estúdio. “Antes eu levava menos de 10 minutos e, depois do bloqueio, tem dias que perco meia hora”.