Ponto batido

Um trecho da Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, a via rápida sentido bairro no Campo Comprido, tem preocupado moradores e trabalhadores da região. O ponto crítico está localizado entre as ruas Professor João Falarz e Eduardo Sprada, em frente à Universidade Positivo e a um condomínio com mais de 300 apartamentos. Quem mora ou trabalha por lá conta que os acidentes automobilísticos são constantes no local.

Números do Batalhão de Polícia de Trânsito da Polícia Militar do Paraná (BPTran) mostram que entre janeiro e agosto de 2014 houve 12 acidentes neste ponto da via, com 12 feridos e nenhum óbito. No mesmo período do ano passado, foram 23 ocorrências, com 23 vítimas, mas nenhuma fatal.

A bronca também é em relação à velocidade com que os veículos transitam no trecho, já que não há lombadas, travessias elevadas, radares ou lombadas eletrônicas. De acordo com moradores, a situação se agrava nos horários de pico, quando centenas de estudantes transitam a pé pelo local. O leitor Berg Lira, que relatou o problema no Facebook da Tribuna, comenta que “o trecho não possui faixa, radar ou sequer sinalização”. “Carros passam em alta velocidade (…) eles estão esperando pessoas morrerem para tomar alguma providência?”, questiona.

Ilda afirma que os motoristas abusam da velocidade no trecho. Foto: Gerson Klaina

A auxiliar de serviços Ilda da Silva Berganini trabalha há pouco mais de um ano no condomínio em frente ao trecho. Ela afirma que no início da manhã e no final da tarde, estudantes se arriscam ao tentar fazer a travessia. “É um horário que tem muito aluno transitando, mas há também muito carro passando, pois tem gente indo trabalhar. E como não tem semáforo ou travessia elevada, os estudantes tem que correr pra atravessar. É muito risco”, diz.

Ilda também conta que os acidentes automobilísticos têm ocorrido com frequência nos últimos meses. As constantes colisões já destruíram os canteiros do condomínio onde ela trabalha. “Depois do sinaleiro que há no cruzamento com a Rua Professor João Falarz, os motoristas aceleram forte, pois não tem radar mais e acabam perdendo o controle nas curvas. Muitas proteções das árvores da calçada foram arrancadas com as batidas”, conta.

Redutores

Marcos Cordeiro de Paula, que é operário em uma das obras da região, conta que já viu muitas batidas no local e afirma que a situação só vai melhor com a instalação de redutores de velocidade. “Só um radar ou um semáforo pode melhorar a situação. Porque além de reduzir os acidentes, ia facilitar a vidas dos pedestres que passam por aqui diariamente”, conclui.

Pedestres se arriscam ao atravessar a rua. Foto: Gerson KlainaSinalização adequada, diz Setran

De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), a rua “se encontra devidamente sinalizada, inclusive com placas regulamentando a velocidade máxima permitida e com oito radares de fiscalização”. Ainda assim, o trecho será fiscalizado com o radar estático, também utilizado na fiscalização da Via Calma da Av. Sete de Setembro e na faixa exclusiva da Rua XV de Novembro. A secretaria fará estudos técnicos para possível implantação de radar fixo.

A secretaria explica ainda que as lombadas instaladas no local foram retiradas por conta da legislação. Isto porque o trecho “não se enquadra na Resolução nº 39/98 do Contran, que estabelece os padrões e critérios à instalação de ondulações transversais e que também não se enquadra nos critérios técnicos para implantação de travessia elevada, por ser uma via arterial e com travessia de pedestres dispersa”, diz a nota enviada para a Tribuna. Além disso, devido ao número de faixas da via, o trecho também não se enquadra nos critérios técnicos para implantação de lombada eletrônica.

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