Sem teto, sem nada

Foto: Felipe Rosa

De acordo com a assessoria da Cohab, 50% das obras já foram concluídas. É que no meio do caminho a construtora Yapó, que venceu a licitação, faliu. Em julho deste ano a companhia fez novo orçamento, lançou edital para uma nova licitação e a perspectiva é que a retomada da construção aconteça no primeiro semestre do ano que vem. A previsão de entrega era em 2014. Em dois anos, as unidades foram depredadas e hoje algumas servem de abrigo para usuários de drogas.

Mas se o Maringá 1 aguarda ser terminado, o conjunto construído ao lado, o Maringá 2, já está totalmente ocupado. São 16 sobrados e 27 casas térreas, como o da servente Tereza Aparecida Garcia, que mora no local há um ano, junto com o filho. Assim como os outros moradores, Tereza veio de um assentamento na Vila Nori, no Pilarzinho. “Morávamos numa área de risco”, relata a moradora, que hoje investe na construção de muros em torno da casa. “Morava com a minha mãe. Lá era muito ruim, chegou a desmoronar um muro em cima de nós”, lembra.

Sem escritura

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“Morávamos numa área de risco”, relata Tereza, que hoje investe na construção de muros em torno da casa. Foto: Felipe Rosa

Daiane Ribeiro é outra moradora que veio do Pilarzinho e hoje ocupa um sobrado no Maringá 2. “Aqui não tem nem comparação, estou no paraíso”, disse. Os moradores do Maringá entraram nas residências sem piso e sem muros. “Foi a única coisa que tivemos que investir”, conta. Para ela, o abandono das casas vizinhas é uma “vergonha”. “Tanta gente sem um teto para morar e aqui tudo abandonado. Entrega do jeito que está e deixa as pessoas terminarem”, pede.

O operador de máquinas Edson Jr, concorda. “As casas estão praticamente acabadas. E tanta gente morando em lugar ruim”, lembra. De acordo com ele, há mais de um ano não entra uma máquina no local. “Se entregarem do jeito que está, as pessoas iam se virar para terminar”, acredita. Apesar da entrega dos 46 sobrados, nenhum morador ainda tem a escritura do imóvel. “Estamos esperando. Acredito que neste ano ela saia”, aposta o operador.

Obras estão orçadas em R$ 10,3 mi

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Edson conta que faz um ano que não vê uma máquina trabalhando no local. Foto: Felipe Rosa

Os dois conjuntos habitacionais foram planejados para atender famílias em situação de risco. O Moradias Maringá 1, com 156 unidades, e o Maringá 2, composto por 43 sobrados e casas térreas, seriam destinados para moradores das Vilas Nori, no Pilarzinho, e Três Pinheiros, no Butiatuvinha. Mas até agora, apenas os moradores da Vila Nori foram contemplados.

Os investimentos previstos são de  R$ 10,3 milhões para a construção das casas e sobrados, além das obras de infraestrutura dos loteamentos – redes de água, esgoto, drenagem e pavimentação de vias. Os recursos são do Município, Governo Federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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A previsão de entrega era em 2014. Foto: Felipe Rosa

Os dois empreendimentos foram construídos lado a lado, sendo que as obras do Maringá 2 já foram concluídas. As 43 unidades possuem dois quartos e foram ocupadas por moradores da Vila Nori. A construção do conjunto representa investimento de R$ 3,7 milhões, provenientes do BID.

Já o Maringá 1 irá abrigar tanto famílias da Vila Nori como da Vila Três Pinheiros. As obras são uma parceria com o Governo Federal, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), em um investimento  de R$ 6,6 milhões. A previsão de entrega era em 2014.

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