A via calma na Avenida Sete de Setembro continua em fase de análise pela Prefeitura, mas o impacto da mudança no trânsito é tamanho que, mesmo sem qualquer projeto anunciado, o assunto não sai das conversas entre moradores e comerciantes da Rua Padre Anchieta, que poderá receber mais uma etapa do projeto, que prevê prioridade total para as bicicletas e velocidade máxima de 30 km/h.
Entre as pessoas entrevistadas pela Tribuna, a via calma teve mais adeptos do que pessoas contrárias à mudança. Mas mesmo sem nada confirmado, já existe um abaixo-assinado da Associação de Moradores e Empresário do Bigorrilho e Campina do Siqueira (Abicam) circulando pela região para barrar a via calma de vez da rua Padre Anchieta. O impasse só demonstra quanta polêmica envolve o desafio da mobilidade urbana em Curitiba.
Ele diz que o abaixo-assinado ainda não passou pela loja dele, mas já tem certa a decisão. “Sou totalmente contra, porque vai complicar ainda mais o trânsito e o estacionamento de carros aqui. O movimento vai cair ainda mais e no aspecto do estímulo à bicicleta a medida é questionável, porque os ciclistas não usam tanto aqui, só para descerem, porque a subida da Padre Anchieta exige muito esforço físico”, defende.
Entre motoristas e pedestres que passam com frequência pelo trecho em questão, a rejeição à via calma não faz sentido. “O trânsito é caótico aqui, com ou sem via calma. Mas se a Padre Anchieta passasse por essa mudança, seria mais um incentivo para outros meios de transportes, ajudando no tráfego como um todo”, explica o empresário Jonathas da Silva Conceição, que usa o carro para se deslocar pela cidade.
A auxiliar de turismo Sandra Cezinando, usuária do transporte coletivo, também aprova a iniciativa da via calma. “Se tivesse na Padre Anchieta poderia fazer o trecho entre o meu curso no Centro e minha casa de bicicleta. Seria mais barato e melhoraria minha qualidade de vida, ou seja, bem diferente do que argumenta o abaixo-assinado”, rebate.
A reportagem tentou entrar em contato com a Abicam, mas ninguém atendeu as ligações no telefone fixo da entidade.
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– Bicicletas devem ter prioridade no trânsito?
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