Barrerinha

Quem usa, grita!

Escrito por Samuel Bittencourt

As sequelas da desintegração financeira do sistema de transporte coletivo da Grande Curitiba são sentidas diariamente pelos passageiros do terminal do Barreirinha. Uma das linhas mais afetadas, segundo os usuários, foi a Tamandaré/Cabral, que passou a circular sobrecarregado após a Comec não aceitar mais o cartão de transporte da Urbs.

A disputa política que resultou em mudanças na integração é apenas detalhe na vida do cidadão que passou a pegar até três ônibus e passou a perder mais uma hora por dia. “É um completo absurdo. Enquanto a passagem apenas encarece a cada ano, o serviço reduz, piora”, se indigna a porteira Dirce Zeloni. Agora o trajeto dela passa pelo terminal Santa Cândida, segue para o do Boa Vista, com uma baldeação no do Cabral para, finalmente, encerrar o percurso no Barreirinha.

Cartão

Esse trajeto foi interrompido, já que a linha Rio Verde, que antes a porteira pegava, passou a aceitar apenas o cartão metropolitano. “Antes levava menos de uma hora para fazer o caminho para o trabalho. Agora, como tenho que fazer ligação no Cabral, no mínimo perco meia hora para ir para o mesmo lugar, porém com o coletivo socado de gente”, afirma.

Reclamação de poucos veículos

Para reduzir o impacto da desintegração em um dos trajetos mais percorridos pelo passageiro, na Avenida Anita Garibaldi, que liga os terminais Cachoeira, Barreirinha e Cabral, foi criada a linha Reforço Anita Garibaldi, que ainda aceita cartão da Urbs. Quem usava a linha que vai até Almirante Tamandaré teve de dividir o espaço no ônibus, que já andava lotado.

Mesmo com o reforço, o vendedor Osmar Rodrigues, que mora na região metropolitana e vai até o centro da capital diariamente se queixa da falta de veículos. “É uma vergonha a condição que é transportado o passageiro, feito sardinha enlatada. O bonde parte tão lotado que chega a juntar quase 20 pessoas antes da catraca. O motorista nem para mais nos pontos em horário de pico”, critica Osmar.

Reforço?

A Urbs informou que reforçou o número de veículos que passam pelo terminal Barreirinha para tentar reduzir o impacto das mudanças na vida dos passageiros. A Comec ressaltou que, apesar da alteração da cobrança, nenhuma linha teve o trajeto alterado na região.

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