As sequelas da desintegração financeira do sistema de transporte coletivo da Grande Curitiba são sentidas diariamente pelos passageiros do terminal do Barreirinha. Uma das linhas mais afetadas, segundo os usuários, foi a Tamandaré/Cabral, que passou a circular sobrecarregado após a Comec não aceitar mais o cartão de transporte da Urbs.
A disputa política que resultou em mudanças na integração é apenas detalhe na vida do cidadão que passou a pegar até três ônibus e passou a perder mais uma hora por dia. “É um completo absurdo. Enquanto a passagem apenas encarece a cada ano, o serviço reduz, piora”, se indigna a porteira Dirce Zeloni. Agora o trajeto dela passa pelo terminal Santa Cândida, segue para o do Boa Vista, com uma baldeação no do Cabral para, finalmente, encerrar o percurso no Barreirinha.
Cartão
Esse trajeto foi interrompido, já que a linha Rio Verde, que antes a porteira pegava, passou a aceitar apenas o cartão metropolitano. “Antes levava menos de uma hora para fazer o caminho para o trabalho. Agora, como tenho que fazer ligação no Cabral, no mínimo perco meia hora para ir para o mesmo lugar, porém com o coletivo socado de gente”, afirma.
Reclamação de poucos veículos
Para reduzir o impacto da desintegração em um dos trajetos mais percorridos pelo passageiro, na Avenida Anita Garibaldi, que liga os terminais Cachoeira, Barreirinha e Cabral, foi criada a linha Reforço Anita Garibaldi, que ainda aceita cartão da Urbs. Quem usava a linha que vai até Almirante Tamandaré teve de dividir o espaço no ônibus, que já andava lotado.
Mesmo com o reforço, o vendedor Osmar Rodrigues, que mora na região metropolitana e vai até o centro da capital diariamente se queixa da falta de veículos. “É uma vergonha a condição que é transportado o passageiro, feito sardinha enlatada. O bonde parte tão lotado que chega a juntar quase 20 pessoas antes da catraca. O motorista nem para mais nos pontos em horário de pico”, critica Osmar.
Reforço?
A Urbs informou que reforçou o número de veículos que passam pelo terminal Barreirinha para tentar reduzir o impacto das mudanças na vida dos passageiros. A Comec ressaltou que, apesar da alteração da cobrança, nenhuma linha teve o trajeto alterado na região.