Além do lazer, muitos moradores do Barreirinha, Boa Vista e Cachoeira usam a ciclovia que faz ligação direta com o Centro pra ir trabalhar de bicicleta. Recentemente, parte da ciclovia recebeu obras de revitalização, que ainda prosseguem em trechos mais centrais. Porém quanto mais pra dentro do bairro se segue, menos intervenções são observadas.
Orçadas em mais de R$ 1 milhão, as obras em 2,7 km, do Parque São Lourenço até a Rua Brasilino Moura, já estão prontas. O trecho que segue até a Avenida Cândido de Abreu foi iniciado. Mas pra quem percorre diariamente distâncias mais longas que a rota turística entre o Passeio Público e a Ópera do Arame, fica a dúvida se os bairros também serão contemplados por projetos que deem sobrevida às atuais vias precárias.
Mesmo com um espaço exclusivo pra bicicletas e pedestres, ciclistas como Rose dos Santos ainda preferem utilizar vias com grande fluxo de carros, como a Avenida Anita Garibaldi. “Meu principal receio é pegar esta ciclovia quando saio de casa pela manhã, pois ainda está escuro e existem partes muito mal iluminadas. Tenho amigas que já foram assaltadas neste percurso, por isso tento evitar em alguns horários”, explica. Durante a semana, ela percorre quase 30 quilômetros pra ir e voltar de sua casa, no Barreirinha, até o Juvevê, onde trabalha.
Pro professor Márcio Calmo da Silva, a reforma contribuiu muito e o ajudou a reduzir em dez minutos o tempo de casa ao trabalho. “Achei que ficou muito bom, pois agora com mais espaço, sinalização e sem tantas raízes (de árvores) como havia, percebi que estou chegando até mais cedo no trabalho. Está muito bom mesmo, desde que seja o começo. Acredito que se houver mais ações assim, apenas aumentará o número de ciclistas. Nos finais de semana é só passar aqui e reparar como fica congestionado”, afirma.
Um projeto e nada de verba
De acordo com a prefeitura, além da revitalização da ciclovia a partir do Parque São Lourenço até o Centro Cívico, existe um projeto pra reforma da ciclovia que acompanha o trilho de trem desde o ponto em que a rota se divide no Parque São Lourenço até o Cristo Rei. Porém essa obra não possui previsão orçamentária e aguarda recursos pra ser executada. Segundo a administração, não há projeto pra revitalização que atenda a malha cicloviária no bairro Barreirinha.
Ponte Perigosa
O Dhionatan Fadeli, que mora no Barreirinha e usa a ciclovia diariamente para ir ao trabalho, reclama que há semanas a anos no trecho que acompanha a Rua Cecilia Meireles está podre devido às chuvas e enchentes. Recentemente, devido as intensas chuvas, a estrutura inclusive perdeu um dos apoios que faz a proteção dos pedestres e ciclistas. A Regional Boa Vista informou que já teria encaminhado um pedido para programação de manutenção ao departamento de pontes e drenagens da prefeitura, pra realizar a substituição dos corrimões e outras intervenções necessárias. Até a avaliação, a ponte segue oferecendo risco a quem passa pelo local.