Escola segura

 

Com medo da violência e dos constantes assaltos que afetam vários bairros de Curitiba, crimes que não poupam quase ninguém, uma escola filantrópica situada no Bairro Alto decidiu por reforçar a segurança de suas instalações, de maneira quase que emergencial.

Faltando pouco mais de um mês para o início das férias de seus alunos e funcionários, a direção da Escola de Educação Especial 29 de Março, procurou algumas construtoras, em busca de uma que topasse construir em tempo recorde uma ‘casa-guarda‘ que pudesse abrigar um vigia e sua família, para que eles cuidem do espaço, especialmente durante a noite e nos dias em que ela está fechada.

Diandra: várias parcerias. Foto: Felipe Rosa
Diandra: várias parcerias. Foto: Felipe Rosa

“Estamos fazendo várias parcerias, investindo muito na escola, por isso, não queremos que depois que tudo estiver pronto para nossos alunos, que alguém invada nossa escola e a gente perca este investimento, que é feito graças às doações”, explica a analista financeira da Escola 29 de Março, Diandra Cardozo, 27 anos.

Segundo ela, a escola foi roubada há cerca de cinco anos, no entanto, os relatos de casos registrados na região motivaram esta medida tomada por seus gestores, decisão que também contou com o apoio dos alunos e seus pais.

Harison: construção em 29 dias. Foto: Felipe Rosa
Harison: construção em 29 dias. Foto: Felipe Rosa

Em tempo recorde

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Após contato com várias empresas, uma delas aceitou o desafio proposto pela instituição. A eleita para executar este projeto em parceria com a escola foi a construtora Mora Constrói, do empresário Harison Borchardt, 33 anos. “Nós compramos esta causa. Somos especialistas em construções rápidas e por isso aceitamos construir uma casa de 50 metros quadrados em apenas 29 dias corridos, para que ela seja entregue no dia 13 de dezembro, antes das férias. O tempo médio para construir uma casa similar a esta costuma ser de pelo menos 90 dias”, diz.

Harison explica que a casa construída com blocos de concreto e argamassa polimérica terá boa qualidade e ainda estará dentro o orçamento disponibilizado pela escola, que garantiu estes recursos com as vendas do bazar de produtos doados pela Receita Federal, com que foi arrecadado com o Programa Nota Paraná e outros valores doados por pessoas solidárias, que conhecem o trabalho desenvolvido pela instituição. ‘É uma casa feita a preço de custo. As doações que recebemos de nossos parceiros são descontadas do valor final da obra‘, reforça o empresário.

Pablo: nossa segunda casa. Foto: Felipe Rosa
Pablo: nossa segunda casa. Foto: Felipe Rosa

Atendimento especial

Atendendo hoje a 107 alunos, a maioria deles cadeirantes e que possuem múltiplas deficiências, a escola oferece para eles avaliação pedagógica e clínica, terapia ocupacional, atendimento feito por assistentes sociais, fisioterapia, prática de esportes e acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Foto: Paula Weidlich
Horta abastece os alunos. Foto: Paula Weidlich

 

“Temos aulas em dois turnos, que começam às 7h30. Aqui eles têm todo o apoio e ainda contam com espaços adaptados à suas necessidades, como os banheiros e a horta que criamos, que fica elevada, em uma altura que pode ser cuidada pelos alunos cadeirantes”, afirma Diandra, que ainda revela que os alimentos produzidos na horta são consumidos na escola. Parte deles, os alunos ainda levam para suas casas.

Segunda casa

Dilamar: ensaiando pro Natal. Foto: Felipe Rosa
Dilamar: ensaiando pro Natal. Foto: Felipe Rosa

Para o aluno Pablo Deny Ferreira, 29, que mora em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a escola é mais do que um lugar onde se adquire novos conhecimentos. “A gente vem diariamente e aqui temos nossos amigos. Eu gosto muitos dos atendimentos clínicos. Esta escola é nossa segunda casa, nossa segunda família”, conta.
Sua colega, a estudante Dilamar Lopes, 40, que vive na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), também gosta de frequentar a instituição. “Aqui nós temos um grupo musical e agora estamos ensaiando para cantar no Natal. É muito bom vir para a escola”, afirma.

Bazar é uma das fontes de arrecadação de recursos da instituição. Foto: Felipe Rosa
Bazar é uma das fontes de arrecadação de recursos da instituição. Foto: Felipe Rosa

Como ajudar?

A escola aceita doações de artigos para os alunos, como leite e fraldas para adultos, além de roupas, calçados, eletrodomésticos e outros objetos que podem ser vendidos em seu bazar permanente, que funciona em sua sede: na Rua das Laranjeiras, 72, no Bairro Alto. O telefone para contato é (41) 3205-6692.

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