Quem passa na frente do número 1.676 da Rua Rio Xingu, no Bairro Alto, não imagina que por trás do portão cinza há um cenário assustador. A frente foi recentemente roçada, mas, nos fundos, há um sobrado prestes a desabar. A estrutura do imóvel cedeu e ele ameaça cair em cima do quintal do vizinho, o autônomo Rogério Luiz Teixeira, 32 anos. Há mato por todo lado, lixo acumulando água da chuva e seis automóveis abandonados.
Há dois anos, o muro que separava as duas propriedades caiu, levando terra, detritos e material de construção para o lote de Rogério. Ele teve de alugar caçambas e retirar o entulho com as próprias mãos. “Procurei o vizinho para rachar a conta, ele disse que ia pagar, mas até agora, nada. Estou com medo desse sobrado cair no meu terreno, não sei mais o que fazer”, diz.
Rogério procurou a prefeitura duas vezes e chamou o Corpo de Bombeiros. Enquanto a reportagem estava no local, o proprietário do terreno, o empresário Pedro Barros, 67, chegou acompanhado por alguns homens, que começaram a cortar o mato. Ele disse que está começando a limpar o lote, e alegou que não consegue providenciar a demolição porque o imóvel teria escritura dupla, sendo a dele a “fria”.
A prefeitura informou que uma equipe da Comissão de Segurança de Edificações (Cosedi) vistoriou o sobrado no último dia 23 de fevereiro e constatou o risco de desabamento. “A Secretaria Municipal do Urbanismo tenta localizar a proprietária do imóvel em questão para notificá-la quanto às medidas imediatas a serem realizadas.” Caso consiga notificar a dona, que é a pessoa física que consta no cadastro do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), ela terá de tomar providências a respeito do imóvel e pagar multa de R$ 570 pela sujeira do terreno. A administração municipal ressalta que o vizinho Rogério já foi orientado quanto aos procedimentos de segurança a serem adotados por ele até que o problema seja solucionado pela dona do imóvel.