Utilidades e decoração para cama, mesa, banho e bebê. Um grupo de sete artesãs se reúne às quartas-feiras em uma esquina do Bairro Alto para comercializar os produtos que faz com as próprias mãos. A venda dos artigos representa uma parcela significativa na renda familiar, e ainda leva graça para a casa de outras famílias.
Neusa Borges de Freitas, 61 anos, trabalhava como bloquista em uma gráfica quando perdeu o emprego, há seis anos. Para não ficar com a cabeça vazia, se inscreveu em um curso de artesanato do Grupo de Convivência Arte e Vida, no Barreirinha. Aprendeu a técnica do fuxico, com a qual produz chaveiros, lembranças de recém-nascido, porta-guardanapos e enfeites natalinos. “Comecei a expor aqui há três anos. Ajuda demais no orçamento”, conta.
Rosana Coelho Bastos Theodoro, por sua vez, trabalha com madeira. Em sua banca, o visitante encontra porta-chás, porta-balas, porta-batom, porta-talher, porta-controle remoto, entre outras utilidades feitas com MDF. “Eu vendo tudo que é porta”, brinca a artesã de 45 anos. Depois que as peças são entregues pelo marceneiro, ela pinta e personaliza com técnicas como craquelê e decopagem. Já faz 15 anos que ela transformou o artesanato em sua profissão.
Variedade
Além dos produtos de Neusa e Rosana, a feira oferece toalhas de mesa de crochê, cestas para pães, tapetes, jogos americanos, porta-guardanapo, descanso de panela, panôs e porta-papel higiênico. Segundo as expositoras, os clientes são em maioria mulheres, donas de casa, e que compram geralmente para dar de presente.
Quem vai conferir as novidades da feira não fica na mão quando a fome aperta. Há, além das bancas de artesanato, o carrinho de pastel da Dilce Carneiro, que faz muito sucesso entre os visitantes. Ela também vende minipanetones, pão caseiro, cookies, bombons e biscoitos salgados.
Para o bebê
Leda Dzulinsky, 35, trabalhava como tecnóloga em eletroeletrônica quando saiu de sua empresa. Grávida, começou a fazer artigos para o bebê, seguindo tutoriais do YouTube. “Os parentes começaram a ver, a gostar e a encomendar para eles também. Então eu vi que poderia ganhar dinheiro com isso”, relata. Com as técnicas patchwork e bordado, ela faz capas para o cartão de vacinação e bolsas para lenços umedecidos e fraldas. O filho Arthur Dzulinsky, hoje com sete meses, a acompanha na feira, e passa de colo em colo, tanto das artesãs quanto das freguesas. “Não penso em voltar a trabalhar em empresa de jeito nenhum”, declara a mãe.
Serviço
Feira de Artesanato do Bairro Alto
Endereço: Rua Jornalista Alceu Chichorro, 323, em frente ao Liceu de Ofícios Quartas-feiras, das 10h às 17h