Com apenas um ano e sem raça definida, mais conhecida como vira-lata, o cachorro Totó deu o que falar no bairro Atuba, em Curitiba. De porte grande e extremamente curioso, ele chegou ao quintal do dono, durante a tarde do último domingo (10), carregando um braço humano. O osso estava coberto por pele ressecada e foi possível identificar a palavra “Jesus” tatuada, mas essa não é primeira vez que o “detetive” Totó encontra algo curioso em matagais vizinhos. No mês passado ele encontrou um crânio e quase deixou a família de “cabelo em pé”.
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“Na primeira vez eu estava construindo essa casa, aqui em nosso terreno, quando vi o Totó e os outros três cachorros da família brincando com alguma coisa. Eu não enxergo muito bem de longe e então continuei o trabalho sem me preocupar. Quando desci da escada, vi que era uma bola, só que mais achatada. Quando fui tirar deles, me dei conta que era um crânio. Quase enfartei”, contou rindo o pedreiro Adir Carlos dos Santos Pires, 53.
Na segunda ocasião Adir brinca que se espantou tanto quanto na primeira vez e que novamente ligou para a polícia. “Na primeira vez não fizeram varredura na região, porque o crânio não parecia homicídio, já na segunda vez, como era um braço, eles fizeram uma varredura e encontraram outras partes. Pelo menos fico mais tranquilo, espero que dessa vez o Totó não ache mais nada. Quando eu o vi novamente com um objeto estranho, até pensei que poderia ser o osso de algum animal”, finalizou.
Apesar de o pedreiro ter flagrado todas as situações, quem é o dono do Totó é seu irmão, o motorista José Maria dos Santos, 58. Em entrevista à Tribuna ele contou que o cachorro foi o único que restou de uma grande ninhada. O nome acabou surgindo por conta de uma brincadeira em família. Em nossa chegada, antes de conversarmos com José, o Totó seguiu o carro da reportagem durante todo o percurso dentro do terreno da família, como quem diz: “Sou eu, pessoal! Eu sei, estou muito famoso”.
“Quando vocês chegaram ele ficou desconfiado e até seguiu o carro. Ele é muito brincalhão e também é muito protetor. Eu acho que vou colocar uma coleirinha nele escrito polícia, para ele se sentir homenageado, porque ele é um verdadeiro investigador, né? Eu coloquei essa coleira de corda só para vocês tirarem foto, porque o Totó fica solto aqui no terreno. Ele é uma figura”, contou rindo.
De tão inusitado, o caso viralizou nas redes sociais e a maioria dos comentários pede que o cão entre para a polícia. Apesar do Totó ter todas as características de um bom cão farejador de ossos, a Polícia Militar explica que geralmente utiliza os cães durante as buscas por drogas ou durante a fuga de suspeitos, por meio do odor das roupas. Além disso, algumas raças são preferidas pela polícia, por conta das aptidões. Atualmente o Canil Central da PMPR tem cães das raças Labrador, Rottweiler, Pastor Alemão, Blood Hund, Pastor Belga Mallinois, Cocker Spaniel, Cane Corso e Dobermann.
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Investigação
As partes do corpo que foram encontradas estão em avançado estado de decomposição e, a princípio, não apresentam indícios visíveis de crime, de acordo com a polícia. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pede o apoio da população com denúncias e informações sobre pessoas desaparecidas. Os dois itens encontrado pelo cachorro foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba e em aproximadamente 30 dias o resultado de uma perícia deve ser divulgado. Denúncias podem ser realizadas por meio do telefone 3360-1400 ou 0800-6431-121.
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