Um pedaço da Índia em Curitiba. Assim ficou conhecida a trincheira do Atuba, que passa por baixo da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), no ponto de encontro entre a capital paranaense, Pinhais e Colombo. Motoristas comparam a grande bagunça e falta de organização no local ao trânsito desorganizado do país asiático.
Um dos piores trechos é para quem segue pela Rua José Carlote e precisa acessar a trincheira. “Mesmo em horários normais é possível observar muitos motoristas imprudentes que cansam da paralisação dos carros que passam pela trincheira e jogam o carro em cima dos outros. É uma verdadeira bagunça”, explica o estudante Guilherme Rodrigo, que frequentemente atravessa o local.
Para cruzar o trecho de apenas 20 metros, os motoristas costumam levar de dez a quinze minutos nos horários mais tranquilos. Nos horários de pico, por volta das 7h ou após as 18h, esse tempo chega a meia hora. “Acho interessante que, apesar da pouca sinalização e da falta de respeito dos motoristas, os acidentes são relativamente baixos. O grande problema é que o fluxo é alto e apenas placas seguram os carros. Talvez desse certo se houvesse um sinaleiro ou uma rotatória para distribuir melhor o tráfego”, sugere Guilherme.
Jogo de empurra
Apesar de a trincheira estar no limite dos três municípios, a responsabilidade no trecho é da Autopista Régis Bittencourt. De acordo com a concessionária que administra a rodovia, as obras do Trevo da Cruz do Atuba, que estão paralisadas desde agosto do ano passado, solucionariam o fluxo, criando alternativas para os motoristas. Porém, em razão do atraso na imissão de posse de áreas adjacentes ao Trevo do Atuba, cujos processos de desapropriação tramitam na 1ª e 2ª Varas de Colombo/PR, os trabalhos seguem parados. Segundo a concessionária, a retomada das obras só ocorrerá após a posse total da área.