A trincheira do Atuba, que passa por baixo da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), continua sendo um drama na vida dos motoristas que passam pelo local. “Chega 5 horas da tarde, não tem nem como passar, fica um caos isso aqui”, diz o promotor de merchandising Belson José Bonito, 32. Um trecho pequeno e um problema tão grande. São apenas 20 metros que fazem os motoristas perderem de 10 a 30 minutos nos horários de pico.
“Não é fácil mesmo. De manhã, à tarde, e na hora do almoço também”, conta o eletricista Antônio Skroch, 43. “É demais, só moto pra passar, isso se não estiver cheio de água, senão nem de moto passa”, revela o motoboy Claudinei Machado, 35, que passa pelo local todos os dias.
A trincheira fica no limite dos municípios de Curitiba, Colombo e Pinhais. Mas a responsabilidade no trecho é da Autopista Régis Bittencourt. De acordo com a concessionária, as obras foram iniciadas no início de 2014 e estão paralisadas desde agosto do mesmo ano, em razão dos processos legais para a liberação das áreas adjacentes. Na época, quatro lotes precisavam ser desocupados, mas atualmente apenas um está na pendência da imissão de posse, informa a empresa responsável pela manutenção do trecho. Este processo de desapropriação tramita na Vara Cível de Colombo.
De acordo com o presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara Municipal de Colombo, vereador Sidinei Campos (PRP), o terreno que precisa ser desocupado é empresarial. “O terreno já foi avaliado por perito e eles estão discutindo valores na Justiça. Os valores podem ser discutidos depois, porque a área tem utilidade pública”, opina.
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O parlamentar esteve recentemente na cidade de Registro (SP), na sede da Autopista Régis Bittencourt, e a concessionária informou que só vai retomar as obras após a liberação da área pertencente à empresa Capital Realty Administradora de Bens Ltda. “Já foi depositado em juízo há três anos, mas o caso se arrasta porque foi necessária a nomeação de um novo perito. Eu acredito que não deveria ser assim”, afirma Sidinei.
Drama sem fim
Segundo a concessionária, dois viadutos em desnível, da passagem inferior, foram concluídos. Porém a construção de uma trincheira adicional, que será paralela à existente, continua pendente. De acordo com a Autopista Régis Bittencourt, a obra irá reformular o trevo existente, com a eliminação dos atuais congestionamentos do trânsito no local.
Pelo local passam diariamente motoristas que moram em Colombo, Pinhais, Curitiba, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Campina Grande do Sul; além de linhas de ônibus que fazem a integração desses municípios com Curitiba. “Eu acho que já passou do tempo”, desabafa o eletricista Antonio Skroch. O motoboy Claudinei Machado espera que a conclusão da obra não demore mais quatro anos. “Poderiam se unir e resolver isso, e fazer um negócio bem feito”, sugere.