Atravessar uma simples ponte deveria ser tarefa fácil para moradores da Rua Campina da Lagoa, no Alto Boqueirão, mas a ação virou uma verdadeira aventura. A passarela fica sobre o rio Ribeirão dos Padilhas, que corta os bairros Sítio Cercado e Alto Boqueirão, e serve de acesso para pedestres da região, mas com a estrutura comprometida, não está fácil. Os ferros que servem de base estão completamente tortos e é comum ela chacoalhar com o vaivém das pessoas.
“Está difícil de passar por aqui. Eu e os outros vizinhos temos bastante medo e basta uma pessoa passar para a ponte começar a balançar. Essa travessia está bem perigosa e quando chove temos receio da água levar a estrutura toda. Essa ponte não tem mais base e tá inteira quebrada. A cada dia que passa, o perigo aumenta”, conta o morador Josmar André dos Santos, 52 anos.
O acesso é utilizado pelos alunos da Escola Municipal Érico Veríssimo. Pela ponte passam centenas de estudantes por dia e o risco se torna ainda maior para os pequenos, já que não há proteção nas laterais da ponte, o que pode causar um grave acidente. “Eu passo com os meus dois filhos pequenos e mais outras duas crianças que eu levo para a escola. A gente passa e balança tudo, e quando chove fica ainda pior. A gente tem bastante medo de que um acidente aconteça, ainda mais por eles serem pequenos, né? Esse lugar precisa de uma reforma urgentemente”, cobra a mãe Ana Claudia Ribeiro, 23.
Outra moradora da região, Claudionete Maria de Almeida, 67, conta que mora no bairro há nove anos e que antes o problema era o Rio Ribeirão dos Padilhas, que subia com as chuvas e alagava as ruas. O problema foi solucionado, segundo vizinhos, por conta de uma obra realizada pela prefeitura. Agora, o que anda tirando o sossego dos moradores é a tal ponte. “Eu moro há nove anos no bairro e tenho muito medo de passar por aqui. É do lado da escola e tem uma ponta de ferro que está quase se soltando. É preciso que uma reforma seja feita”, pede.
Vidas em risco
Na ponte ainda passam motociclistas pilotando, o que não é permitido por lei. O certo é descer da moto e empurrá-la para atravessar de um lado para o outro. Quem é pedestre flagra diversos motociclistas infringindo a lei, já que, além da estrutura comprometida, ainda é possível ser vítima de um acidente. “Eu passo por aqui todos os dias e além do risco que a ponte oferece, ainda tem motoqueiros que passam em cima da moto por aqui. Uma moto é bastante pesada e eu acho errado eles passarem por aqui, mas infelizmente não há uma barra de proteção que poderia evitar o acesso dessas pessoas em cima da moto. O certo é descer. Eu tenho medo de ser atropelada aqui na ponte. Já pensou? Não basta o risco da ponte”, comenta, indignado, João Sebastião, 56.
A Prefeitura de Curitiba informou que a passarela é destinada para passagem de pedestres e que motoqueiros devem descer da moto para passar no local. Quem não cumprir a lei ainda podem ser multado pela Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba (Setran). A prefeitura alegou que está elaborando estudos e projetos para construir uma nova passarela, mas não informou a data para o início dessa revitalização.