À primeira vista, a cena na esquina da Rua Reginato Quartaroili com a Rua Dr. Benedicto Siqueira Branco, no Alto Boqueirão, é a mesma que se repete em tantos campinhos Brasil afora: um jogo de futebol entre a molecada, sem maiores pretensões. Mas, às quartas e sextas-feiras, o surrado campo de futebol vizinho ao Colégio Estadual Lúcia de Barros e mantido pela prefeitura é um espaço para mais do que recreação. Quase 40 garotos entre 10 e 17 anos se reúnem ali por causa do projeto Aprender & Jogar, uma parceria da prefeitura com o Serviço Social do Comércio do Paraná (Sesc-PR) que visa ocupar espaços públicos com atividades extracurriculares no horário de contraturno dos estudantes.

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Ali, a bola rolando não é só uma pelada, e sim uma atividade física orientada por profissionais de Educação Física, cedidos pelo Sesc, em espaços públicos do município que não vinham sendo usados. Os estudantes das escolas da região receberam o convite em sala de aula no começo do ano, para ingressar no grupo e tiveram de preencher um cadastro. “A prioridade é para alunos matriculados em escolas públicas ou para filhos de comerciários com renda familiar de até três salários mínimos”, explica a analista de Esporte e Lazer do Sesc-PR, Maylla Fanini Wowk.

O estudante do 9º ano Henrique Carrizo, 14 anos, está no projeto há três meses e conta que vê nas aulas uma oportunidade de realizar seu sonho: quer ser goleiro em um time profissional. “Nem sei o que estaria fazendo se não tivesse aqui. Meu irmão me diz que se eu quero isso para minha vida, tenho que fazer o que for possível para alcançar, então, acho que aqui tenho uma possibilidade”. Além das aulas, duas vezes na semana, os garotos são convidados a conhecer outras atividades oferecidas pelo Sesc e também a interagir com estudantes dos outros polos do projeto. Eles já disputaram vários jogos amistosos.

Três etapas

Henrique: “Nem sei o que estaria fazendo se não tivesse aqui”. Foto: Antônio More
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O Projeto Aprender & Jogar tem objetivos diferentes para cada faixa etária, embora, dependendo da demanda, as atividades sejam realizadas simultaneamente com participantes de idades diferentes. Aos dez anos de idade, o foco é o desenvolvimento de habilidades fundamentais, aspectos psicomotores, socialização e iniciação ao esporte de forma lúdica. Já para os adolescentes de 11 a 14 anos, é a fase de iniciação esportiva, com vivências que desenvolvam habilidades específicas das principais modalidades. Aos jovens de 15 a 17 anos, trabalha-se o aperfeiçoamento de modalidades.

Serviço:

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O projeto conta atualmente com 400 estudantes e as aulas estão acontecendo em 12 locais indicados pela prefeitura. No Alto Boqueirão, as aulas são realizadas às quartas e sextas-feiras, das 9h30 às 10h30 e das 15h às 16h, no campo na esquina da Rua Reginato Quartaroili com a Rua Dr. Benedicto Siqueira Branco.

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