Catadores no comando

Os trabalhadores do barracão Eco Cidadão Vila Pantanal, no bairro Alto Boqueirão, assim como funcionários dos outros 20 barracões, terão que se adaptar a uma nova realidade a partir deste mês de abril. Isso porque o convênio entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC) terminou no dia 31 de março.

Criado em 2013, o repasse da verba era feito pela Secretaria de Meio Ambiente para o IPCC, que fazia a gestão do programa, desde a aquisição e repasse de equipamentos até auxílio nas atividades diárias de cada barracão. “A partir de abril o novo edital prevê que cada associação cooperativa de catadores faça um contrato diretamente com a SMMA, sem a intervenção do instituto. Nós vamos continuar dando todo o auxílio possível e vamos manter as ações sociais necessárias, mas a gestão dos recursos passa a ser das associações”, explica o gerente ambiental do IPCC Paulo Figura.

De acordo com a diretora do Departamento de Limpeza Pública da SMMA, Patrícia Brenner Lopes, as cooperativas ou associações devem fazer o credenciamento na secretaria, que então repassará a verba. “Esse novo procedimento faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que direciona os recursos diretamente para as associações. A finalidade é auxiliar os catadores”, explica.

Até agora apenas a cooperativa de reciclagem Cata Paraná fez o credenciamento e será responsável pela gestão de todo o processo, assim como vinha sendo feito pelo IPCC. Dos 21 barracões, apenas 17 serão contemplados, já que os outros quatro não se adequaram aos procedimentos da nova lei. “A prefeitura vai dar toda a assistência necessária nessa nova etapa”, conta Patrícia.

Violência não dá trégua

Outro problema enfrentado pelo barracão são os constantes assaltos. Somente no mês passado o local foi assaltado três vezes em 15 dias. Em um dos assaltos foram levados objetos como extintores, caixas de luvas e fitilhos, além da balança que os funcionários usam para pesar os materiais que chegam.

Cerca de três dias depois criminosos atearam fogo no barracão e destruíram boa parte da estrutura. O estrago só não foi maior, segundo Geomar João Chaves Filho, presidente do Eco Cidadão Vila Pantanal, porque os bombeiros chegaram rápido. “Nós perdemos praticamente tudo. Materiais que estavam para ser reciclados, outros prontos para vender, equipamentos e materiais de uso diário. O prejuízo foi enorme. Fizemos boletim de ocorrência, mas a situação está complicada. Ficamos semanas sem trabalhar”, explica.

No final de fevereiro foi realizada uma reunião na Câmara Municipal de Curitiba para discutir o problema com as autoridades e tentar minimizar a sensação de insegurança dos trabalhadores. A prefeitura se comprometeu a melhorar a situação e reforçar as rondas neste e em outros barracões.

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