Vivendo no escuro

Alguns moradores do bairro Água Verde sofrem há anos com os constantes apagões que atingem a região. A falta de energia elétrica é um problema não apenas em dias de chuva, mas sem o menor aviso os moradores passam segundos, minutos ou até longas horas no escuro.

Valdomiro: Teve um dia que a luz acabou às 9 da noite e só voltou às 5 da manhã. (Foto: Giuliano Gomes)
Valdomiro: Teve um dia que a luz acabou às 9 da noite e só voltou às 5 da manhã. (Foto: Giuliano Gomes)

“Moro há 16 anos atrás do cemitério do Água Verde. Parece que moramos num favelão, isso que estamos do lado do bairro Batel e a três quilômetros do Centro. A luz falta geralmente no início do horário de pico de consumo, após as 17h30, quando as pessoas estão voltando para as suas casas e começam a acender luzes e ligar aparelhos, sobrecarregando a linha”, explica o advogado aposentado Valdomiro Albini Burigo,75 anos. Nas épocas de mais chuvas as ocorrências são mais constantes, cerca de duas até três vezes por semana, mas a luz acaba mesmo com o sol a pino.

Constantes reclamações também foram feitas aos órgãos competentes. “Nós temos apenas um único 0800 da Copel para fazer solicitações e o atendimento ao telefone leva pelo menos meia hora. Além disso, a energia volta a funcionar cerca de uma, duas horas depois. Teve um dia que a luz acabou às 9h da noite e só voltou às 5h da manhã. A resposta ao problema é sempre a mesma: a manutenção e reparos estão sendo feitos e ainda afirmam que os problemas de falta de energia estão dentro do previsto pela Aneel”, afirma o advogado.

Segundo a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), existem outros canais de atendimento, como os aplicativos para smartphones e tablets e o envio de mensagens por celular. “O atendimento do call center está dentro dos limites de atendimento estipulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em dias de temporal, que causam desligamentos em diferentes regiões, pode ocorrer um aumento no número de ligações”, informa, em nota.

Apagões no prédio de Valdomiro são recorrentes. (Foto: Giuliano Gomes)
Situação no prédio de Valdomiro é recorrente. (Foto: Giuliano Gomes)

A dor de cabeça é enorme e causa muito transtornos para os moradores dos prédios. Portões eletrônicos e elevadores parados, além de muitos aparelhos eletrônicos que queimam devido ao constante acende e apaga da luz. “Temos que gastar muito mais para fazer o conserto e manutenção de todos os aparelhos. A região está crescendo bastante e, com isso, houve um grande aumento da demanda. Sem uma nova subestação para reforçar o sistema acho que o problema vai continuar”, afirma Valdomiro.

A Copel explica que a Aneel também estabelece limites para indicadores que medem a continuidade do fornecimento de energia aos consumidores e, para a região em questão, o fornecimento está dentro da normalidade. “Foram analisados todos os desligamentos no último ano e a maior parte foi causada por problemas decorrentes de temporais e quedas de galhos sobre a rede. Também houve desligamentos programados para a realização de obras de melhoria na rede. Caso não haja o cumprimento das metas, a companhia precisa ressarcir o cliente na conta de luz”, ressalta.

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