Deixar o bairro mais limpo, seguro e colaborar para um mundo com menos poluição não é tarefa difícil. Basta um pouco de boa vontade e organização. Os moradores do Edifício Franz Liszp, no Água Verde, estão de prova. Desde o início do ano, todo o lixo do prédio é separado e recebe destino adequado. E os investimentos em segurança não serviram apenas para o condomínio, mas também estão ajudando a reduzir a criminalidade no bairro.

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A iniciativa partiu da síndica do prédio, Leoni Motta Cunha. Desde janeiro, ela decidiu dar um basta ao descarte inadequado de materiais que podem causar grandes problemas se abandonados na natureza. “Antes, o pessoal separava plástico e papel, mas jogava todo o resto na lixeira. O que não é legal, pois alguns materiais podem parar nos rios e contaminar todo o ambiente”, conta.

Leoni instalou, na garagem do edifício, lixeiras exclusivas para pilhas e baterias, lâmpadas e remédios vencidos. Quando ficam cheias, ela mesma trata de levar o que foi acumulado para os postos de coleta da prefeitura. “Em uns 45 dias, já está tudo cheio. Eu recolho e levo até o caminhão que fica no terminal do Portão. O ideal seria que pelo menos uma vez por mês passasse por aqui”, afirma.

O trabalho tem apoio e colaboração de todos os condôminos. “As pessoas aqui são muito conscientes. Todas querem melhorar o lugar onde vivemos”, diz Leoni. “Não dá trabalho nenhum e vale muito a pena”, diz a professora Doris Fagundes, que mora há dois anos no prédio e descartava lâmpadas fluorescentes no momento em que os Caçadores chegaram ao local.

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O condomínio também trabalha para o descarte correto do óleo de cozinha usado, em parceria com o Conselho de Segurança (Conseg) do bairro. “Peço que o pessoal guarde em garrafa pet e despeje no galão que deixamos nas lixeiras. Quando enche, o Conseg recolhe e nos dá em troca um litro de detergente”, explica a síndica. “Negociamos esse óleo com uma fundação que transforma o produto em ração para animais”, revela o presidente do Conseg, Paulo Roberto Santos.

Segurança

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Recentemente, os moradores decidiram investir para melhorar a segurança. Mas não pensaram apenas em equipamentos no edifício. “Nossa rua estava muito escura e estavam acontecendo muitos arrombamentos de carros. Colocamos iluminação nova, que clareia toda a calçada, e câmeras na parte externa também. Com isso, o problema diminuiu bastante”, diz Leoni.

Preparação pra desafios

Além de mais segura, a região ao redor do prédio também está mais bonita, já que Leoni e os vizinhos capricham nos cuidados com o jardim. “Cada um traz uma coisinha e planta. Temos muitas flores, rosas que o pessoal trouxe de Santo Antônio da Platina e árvores frutíferas, de cereja e jabuticaba”.

Para Leoni, todas essas ações ainda não bastam. Agora, ela está se preparando para tentar solucionar mais dois problemas do bairro. “Estamos tentando com o Conseg, conseguir lixeiras para dejetos de animais. Os bichinhos precisam sair para fazer suas necessidades, mas muitas pessoas não juntam e o pessoal pisa na sujeira. Também estamos pedindo para a prefeitura providência sobre o grande número de pombos, que fazem muita sujeira”.

Conseg

Quem vive no Água Verde e também quer colaborar pode se encontrar com outros moradores nas reuniões do Conseg. “A próxima será na terça-feira, às 19h30, no restaurante na Avenida Água Verde, 663. Além de discutir propostas e ideias para o bairro, teremos palestra com o delegado Gastão Schefer Neto, da Polícia Federal, sobre pedofilia”, diz o presidente Paulo Roberto Santos.