Após a realização da terceira das quatro partidas na Arena da Baixada, os comerciantes instalados próximos ao estádio não se mostraram muito animados, mesmo com o grande movimento de torcedores pelo local. Para muitos, a expectativa de aumentar as vendas durante a Copa do Mundo se transformou em frustração. Até mesmo estabelecimentos que oferecem alimentos e bebidas afirmam que as vendas estão aquém do esperado, enquanto os demais setores viram os clientes desaparecer.
“Não está movimentado, está bem tranquilo”, lamenta a atendente Patrícia Almeida, que trabalha em uma lanchonete na Rua Bento Viana. No dia do primeiro jogo o estabelecimento tinha um estoque com mais de 350 caixas de cerveja, que pode sobrar para depois do Mundial. “A gente esperava mais movimento. No primeiro jogo tínhamos mais pessoas para atender, mas não chamamos mais porque estamos conseguindo dar conta”, diz.
Na loja de calçados de Fernão Gama, que fica na esquina da Silva Jardim com a Brigadeiro Franco, o faturamento caiu 70%. “Tem a restrição do acesso e também ninguém vai querer ir para o estádio com sacolas. Mas nunca estivemos tão seguros”, diz.
Já a empresária Cristina Chueier tem uma opinião mais otimista da situação. “A clientela não consegue chegar, mas o saldo é positivo. A festa está bonita, não estamos tendo problema e gostamos mesmo de bola. Os outros problemas resolvemos fora do campo”, avalia.
O dia começou com trânsito congestionado, ontem, na área central e próximo à Arena da Baixada, que recebeu a partida entre Austrália e Espanha no começo da tarde. O bloqueio das ruas no entorno do estádio começou cedo e coincidiu com o horário de pico na ida ao trabalho dos curitibanos, deixando o fluxo intenso.
Assim como aconteceu nos dias dos últimos dois jogos da Copa do Mundo na cidade, tiveram congestionamento no início da manhã as avenidas Silva Jardim e Getúlio Vargas, além das ruas Bento Viana, Desembargador Westphalen e a rápida no sentido bairro-centro. O congestionamento, porém, se estendeu por vários cruzamentos e quem apostou nos caminhos alternativos também encontrou bastante movimento.
Para os torcedores, porém, o motivo era de festa. Mesmo sem futuro no mundial, mais de 100 australianos esperaram sua seleção deixar o hotel no Centro e assistiram os jogadores retribuírem o carinho. Pela primeira vez no país, Matthew Schofield, 23, era um dos mais animados para incentivar o time e também se mostrou satisfeito com a visita ao Brasil. “Amei todo o país. As pessoas são incríveis e amigáveis, tudo é muito bonito”, elogiou ele, que antes de passar por Curitiba visitou o Rio de Janeiro e Porto Alegre. “Os estádios são muito bons”, afirmou o jovem, que apostava no placar de 2×1 para sua seleção, o que não aconteceu dentro de campo.
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