por Giselle Ulbrich e Lucas Sarzi
A explosão de um apartamento no último sábado, no bairro Água Verde, em Curitiba, causou comoção e gerou preocupação sobre o uso dos equipamentos de impermeabilização de sofás, apontados como causadores da tragédia. A morte do jovem Mateus Henrique Lamb, de apenas 11 anos, e a hospitalização de Raquel Lamb, sua irmã, Gabriel Araújo, marido de Raquel, e Caio Santos, técnico da empresa que prestava o serviço, deixou potenciais clientes em pânico e levantou dúvidas sobre como funciona o processo e os equipamentos utilizados pelas empresas especializadas.
A Tribuna do Paraná foi até uma delas para mostrar como funciona a máquina que é utilizada para a impermeabilização dos sofás, bem como o que poderia ter acontecido na opinião da proprietária.
Confira no vídeo acima:
Josiane Menegusso, de 40 anos, é dona de uma empresa de impermeabilização e contou à reportagem que no momento do serviço todo cuidado é pouco. “As pessoas criam uma negatividade muito grande em cima deste trabalho, mas é preciso falar sobre isso para tirar a impressão negativa. É o mesmo problema que você pode enfrentar instalando um botijão de gás sem tomar os devidos cuidados”.
Durante a impermeabilização, um gás de cheiro forte é produzido e costuma “subir” para a parte mais alta dos cômodos. Se o acúmulo for muito grande e a ventilação deficitária, aliado a uma faísca, pode causar o acidente.
+ Você pode ajudar! Amigos e familiares organizam vaquinha para ajudar família que teve apartamento destruído
Segundo Josiane, o serviço pode ser feito em casas, inclusive com a presença dos moradores. No entanto precisam ser observados alguns cuidados, como o uso de máscaras. Durante o processo não se deve utilizar micro-ondas, não usar o interruptor de luz, o fogão e nada que produza chamas ou faíscas.
“O ambiente tem que estar arejado e os moradores não devem utilizar nada que possa provocar chamas no momento da aplicação”, explicou ela, reforçando, ainda, que “depois de finalizada, também é preciso aguardar, aproximadamente 15 minutos, para usar a casa normalmente. Também precisa haver cooperação dos moradores”.
Há dez anos no ramo, Josiane disse que nunca nenhum de seus funcionários sofreu algum acidente. “Mas a gente sempre segue um protocolo de segurança, que precisa mesmo ser seguido e faz com que não precise ter medo do trabalho. A impermeabilização pode ser feita em tecidos: cortina, sofá, colchão, têxtil e serve para evitar que o tecido receba a sujeira e fique impregnado, evita que manche e prolongua a vida útil”.
+ Leia também: O horror da tragédia. Vizinhos relatam sobre os momentos após explosão
A dica que a especialista deu serve de alerta às pessoas que possam buscar pelo serviço futuramente. “Embora saibamos que seja um trabalho que não é barato, indicamos que sempre a pessoa procure se certificar de que a empresa está trabalhando com um produto que é certificado na Anvisa e também se o CNPJ é certificado para trabalhar. Você pode até perder um tempinho verificando tudo, mas é muito necessário fazer isso antes de contratar, para saber o que está levando para dentro de casa”.
Importante frisar também que impermeabilização é diferente de higienização, que é um processo mais simples, com equipamentos bem diferentes.
Confira a entrevista completa: