Moradores do bairro Água Verde realizaram na tarde de sábado um mutirão para retirar e recolher lixo do entorno dos rios Guaíra e Água Verde, que se encontram na Rua Dom Pedro I. Não é o primeiro encontro que a população do bairro realiza. Eles reclamam que o local está completamente abandonado e que serve como rota de fuga e esconderijo para bandidos e usuários de droga.
Mesmo com o mau tempo, diversas pessoas se encontraram para ajudar na limpeza. No local é possível encontrar muito lixo, como embalagens de alimentos, garrafas, sacolas plásticas e até mesmo fezes. Além do mau cheiro, o mato está alto e dificulta a passagem. Esgoto também é despejado na água já bastante poluída. O Presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Água Verde, Paulo Roberto Goldbaum Santos, afirma que no local acontece uso de drogas e prática de atos sexuais. “Todo assalto eles fogem por aquele pedaço e se escondem no mato. Quanto mais abandonado, mais vai atrair esse tipo de gente”.
Paulo Roberto conta que não é a primeira vez que o mutirão é realizado e que pretendem organizar mais um nos próximos dias. “Hoje tivemos que terminar mais cedo porque a chuva atrapalhou”. A ideia surgiu da movimentação dos moradores do bairro e da vontade de melhorar o local onde vivem.
Uma pauta com 13 reivindicações foi entregue ao Prefeito e à Secretaria do Meio Ambiente. A prefeitura já apresentou um projeto de urbanização do local, que está agora em fase de análise e captação de recursos. A prefeitura enviou dois caminhões para recolher o lixo retirado pelos moradores, mas os funcionários não ajudaram na limpeza. Questionados, eles afirmaram que estavam ali “apenas para levar o lixo embora”.
Apesar de existirem placas nas proximidades dos rios, os moradores pedem para a população se conscientizar e não jogar lixo. Alberto Romero mora no bairro e conta que cansou de solicitar a poda do mato próximo a sua casa. “Já liguei diversas vezes e nada de aparecer alguém aqui. Hoje eu paguei do meu próprio bolso para um profissional cortar”. O homem responsável pelo corte reclamou que os objetos despejados no matagal estavam dificultando o seu trabalho.