Água Verde

Linha direta

Cansados dos constantes assaltos que têm aterrorizado o Água Verde, moradores e empresários se mobilizaram e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) organizou um grupo no aplicativo WhatsApp pra agilizar o contato com a Guarda Municipal e a Polícia Militar. A iniciativa permite que as informações sobre os crimes que ocorrem no bairro sejam repassadas em tempo real pras polícias, o que contribuiu pra aumentar a segurança na região e o número de casos resolvidos.

Moradores do Água Verde criam canal direto com PM e Guarda Municipal, através do WhatsApp. Foto: Ciciro Back
Moradores do Água Verde criam canal direto com PM e Guarda Municipal, através do WhatsApp. Foto: Ciciro Back

O bairro registra média de 60 furtos de veículos por mês. “Há muito tempo, o Água Verde é visado por bandidos. Essa realidade, inclusive, faz com que o seguro pra automóveis de quem mora nesta região seja cerca de 20% mais caro em relação a outras regiões”, afirma o presidente do Conseg, Paulo Roberto Goldbaum Santos. Pensando em tornar mais rápida a interação com as polícias, no final de 2014, ele criou um grupo no WhatsApp reunindo moradores e comerciantes da região.

O sucesso da ação foi tão grande que o grupo já atingiu a capacidade máxima do aplicativo, de 100 pessoas, e o presidente se prepara pra criar uma nova turma. “Nunca conseguiremos evitar com que os crimes ocorram, mas percebemos que através desta ferramenta obtivemos uma resposta mais rápida da polícia, pois eles têm detalhes do roubo praticamente na mesma hora em que ele está ocorrendo”, explica.

Resultado positivo

Segundo o inspetor da Guarda Municipal, Cláudio Frederico de Carvalho, a sinergia alcançada entre comunidade e polícias tem sido positiva. “Essa proximidade e aumento do diálogo trouxeram ótimos resultados. Há pouco tempo, um jovem teve o celular roubado, informou ao pai, que prontamente nos comunicou pelo aplicativo. Assim conseguimos recuperar o celular, pois tudo ocorreu de forma veloz”, lembra.

Principais occorências policiais no Água Verde
Principais occorências policiais no Água Verde
Paulo Roberto, do Conseg, criou grupo que já está lotado: “Temos que cobrar, mas também nos organizar”. Foto: Ciciro Back.
Paulo Roberto, do Conseg, criou grupo que já está lotado: “Temos que cobrar, mas também nos organizar”. Foto: Ciciro Back.

Quem mora e trabalha na região observa que a situação já mudou. “Vemos que é um trabalho sério e que assaltantes estão sendo presos. Isso ajuda o bairro ser menos alvo dos bandidos”, afirma a síndica de um condomínio, Maristela Mariano da Silva. Pro soldado Kawalkievicz, da PM, a participação da população tem beneficiado a ação da polícia. “Quando o cidadão toma algumas atitudes e passa a se preocupar ativamente com a segurança, a resposta do trabalho da polícia se torna ainda mais efetiva”, diz.

Responsabilidade de todos

Muito mais do que apenas comunicar as autoridades, a segurança no Água Verde tem sido tratada de maneira mais ampla. Uma das cobranças pra dificultar o trabalho dos bandidos é por mais iluminação e espaços que possam voltar a serem ocupados pelos moradores. Pra isso, além de cobrar o setor público, a população do bairro tem se organizado através do Conseg pra promover mais segurança.

Um exemplo disso são as câmeras que foram instaladas em pontos estratégicos, onde a frequência de crimes é alta, e até mesmo através de arrecadações entre os moradores pra pagar o conserto de viaturas policiais. “Acredito que cada um deva fazer sua parte, não podemos ficar esperando sempre que as soluções dos problemas do bairro venham do governo. Temos que cobrar, mas também temos que nos organizar”, diz Paulo.

Pro presidente do Conseg, a segurança é garantida com um conjunto de ações. “Tentamos perceber as situações de risco e reduzi-las. Cobramos a presença da polícia, mas isto é a segurança a curtíssimo prazo. Pra ter segurança de verdade, é preciso que os lugares públicos estejam adequados, bem iluminados, pra receber o cidadão”, defende.

Serviço:

Conseg Água Verde 
Reuniões na última terça-feira do mês
Contatos: (41) 3343-5591 / 9115-5109

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Sobre o autor

Samuel Bittencourt

(41) 9683-9504