Curitiba ficou colorida ontem, no primeiro jogo da Copa do Mundo na Arena da Baixada. O clima foi de festa durante toda a tarde, enquanto os torcedores vestindo várias cores nas camisetas e falando os mais variados idiomas se encaminhavam para o estádio.

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Os representantes dos dois países que se enfrentaram em campo, Irã e Nigéria, foram os que mais chamaram a atenção dos brasileiros. Constantemente torcedores uniformizados com a camisa do Brasil e de times locais pediam para tirar fotos com os visitantes, que posavam para a foto sem cerimônia.

“O povo aqui é amável, nos recebeu muito bem, sem nenhum preconceito”, comemorou o nigeriano Ashiru Klinde, que ficará em Curitiba durante três dias. Seu companheiro de torcida, James Benjamin, lamentou apenas o problema na comunicação. “A cidade é ótima, mas a comunicação é o problema. Quase ninguém aqui fala inglês”, comentou. Junto com outros 25 torcedores vestidos de verde dos pés à cabeça (nas cores da Nigéria), Emeka Odidika ainda disse que por causa disso encontram problemas para atividades básicas, como alimentação e transporte.

Com a bandeira de seu país amarrada nas cosas, o iraniano Ali também apontou a barreira do idioma como um dos principais problemas que encontrou em Curitiba. “Não falam inglês nos restaurantes, táxis e hotéis. O trânsito também está muito ruim”, disse, logo após desembarcar de um táxi antes do ponto onde pretendia chegar, por causa do tráfego intenso. “Mas gostei muito da cidade”, completou. De Curitiba, ele seguirá para Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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Movimento

O bloqueio do acesso ao perímetro da Arena iniciou por volta de 10h e deixou o trânsito complicado no entorno do estádio desde cedo. Principal via de acesso à Arena, a Avenida Silva Jardim foi a mais congestionada durante todo o dia. Uma faixa da pista da direita foi interditada e destinada exclusivamente aos ônibus, deixando o caminho congestionado para os demais veículos. Opção para os motoristas que seguiam pela Avenida Presidente Getúlio Vargas, que estava interditada, a Rua Bento Viana também apresentou trânsito lento.

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Além disso, alguns fiscais e policiais militares (muitos vindos de outras regiões do Estado) se mostraram confusos nas orientações prestadas a motoristas e pedestres sobre qual caminho seguir ou na indicação de ruas. A promotora de vendas Pitya Marqueza demorou a saber se o ônibus que precisava embarcar em direção à sua casa iria parar ou não na estação-tubo. “Não me informaram direito e o policial ainda falou que não sabia informar”, relatou. Mesmo antes do início do jogo, alguns moradores devidamente credenciados também tiveram problemas para entrar de carro na área do entorno, mas conseguiram o acesso após insistirem com os policiais.

Comerciantes divididos

Enquanto o movimento de carros e torcedores era intenso na Avenida Silva Jardim, na Avenida Água Verde o trânsito apresentou apenas pontos de lentidão. Mesmo sem muita confusão no entorno, os comerciantes lamentaram a ausência dos clientes. “Espantou os clientes. Para os comerciantes, isso atrapalhou muito”, lamentou a funcionária de um pet shop na Avenida Água Verde, Zenite Marley Martins. O estabelecimento está no perímetro de segurança do estádio e, por isso, nenhum carro pode entrar no estacionamento, apesar do acesso à loja estar liberado. “Os clientes ligaram e orientamos para virem amanhã”, explicou.

O evento ontem serviu como um teste para os comerciantes do entorno da Arena da Baixada. A partir desta experiência os empresários pretendem traçar uma estratégia para atender seus clientes nas próximas três partidas na cidade. Na confeitaria onde a atendente Elisângela Aparecida Pereira trabalha o movimento estava abaixo do normal. “Os clientes não podem vir pegar as encomendas nem a gente pode sair. Ainda vamos ver o que fazer”, contou. No momento em que os Caçadores de Notícias conversavam com ela, apenas dois policiais que faziam o bloqueio na área faziam um lanche na confeitaria.

Mais próximo do estádio, a animação era maior. “Estamos bem ansiosos”, revelou a atendente Tatiane Rosa Góes, dizendo que o estoque de cerveja está garantido. “Compramos 360 caixas e ainda contratamos pessoas que falam inglês e espanhol”.

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Concorda que faltou capacitação de profissionais em idiomas estrangeiros, principalmente inglês, para atender os torcedores de outros países?

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