O verde e amarelo têm endereço na capital paranaense, a Rua Benedito Correia de Freitas, no bairro Abranches. A tradição surgiu em 1994, graças à paixão da vigilante Silmara Cristine Iglesias por futebol. Só que foi inspirada na força do ídolo de outro esporte que morreu no mesmo ano, o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, que o apreço pela seleção brasileira ganhou lugar de destaque no mapa de Curitiba, há 20 anos.

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Silmara lembra que o acidente do piloto a comoveu de tal forma que nunca mais conseguiu acompanhar as corridas de carros. “Eu precisava converter toda essa minha admiração em homenagem, e foi isso que fiz na Copa. Naquele ano, tinha saído do emprego e foi com o dinheiro do FGTS que a rua foi decorada”, explica. A conquista do tetracampeonato mundial consagrou o esforço e transformou a novidade em tradição que é apoiada por vários estabelecimentos comerciais.

“Desta vez que é no Brasil, ainda não tive tanto apoio como nas Copas passadas”, comenta. Ela acredita que a insatisfação com o custo das obras e os atrasos interferiram nisso. “Não sou contra as manifestações, mas sou contra a quebradeira. Além disso, acho que é preciso respeitar o direito de quem quer festejar a seleção em campo”, aponta. Ela conta que a rua já reuniu em apenas um jogo de Copa mais de 200 pessoas e deve repetir o feito. “Estou tentando conseguir um telão, mas se não der, vamos comprar uma TV de 46 polegadas para torcer pelo hexa”.

Além de pintar toda a rua com as cores da bandeira e enfeitar com bandeirinhas, Silmara prepara crepes verdes e amarelos, pipocas e outros quitutes nos dias de jogos. “Ainda quero conseguir um boneco inflável do Fuleco para incrementar a decoração deste ano”, conta a torcedora, que leva dois meses para deixar a rua pronta para cada Mundial. Não é à toa que ela ganhou fama mundial como a torcedora número um da seleção brasileira.

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Mas o grande sonho da fiel torcedora é assistir no estádio a um jogo da seleção na Copa. “Não consegui ingresso, mas ainda tenho esperança de ganhar um convite para a abertura da Copa ou a final”, conta. Ela garante que a festa em dias de jogos do Brasil acontecerá mesmo se ela ganhar algum ingresso. “Minha família e meus vizinhos estão todos engajados para que a rua preserve a tradição”. Aliás, há uma sirene que uma hora antes de cada partida é acionada lembrando os frequentadores da rua. “É o toque do torcedor”.

Para quem não mora tão perto da rua a ponto de ouvir o chamado, resta se programar para aparecer no endereço. De ônibus, a linha Mateus Leme cruza o endereço que, a cada quatro anos, tem caminho tingido pelas cores e a alegria do país do futebol.

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