Conversei com o marqueteiro político e jornalista Mário Milani sobre as inovações da mídia impressa e o futuro das segmentações midiáticas no mundo.

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Willy Schumann – Quais são os projetos de mídia impressa inovadores que o senhor está trabalhando atualmente?

Mário Milani – Trabalhamos com dois projetos distintos voltados para o público jovem: o primeiro é um tabuleiro turístico e ambiental para que os jovens, além de jogar damas ou xadrez, acabam conhecendo pontos turísticos e aspectos do meio ambiente do nosso estado. Basicamente funciona como uma plataforma tradicional desses jogos, mas ao invés de ser separadas por cores, são divididas por fotos.

A segunda principal inovação é um conteúdo para jovens buscando o jornalismo que ao invés de “pinga sangue” é um “pinga bytes”.

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WS – Quais são as estratégias?

MM – Vamos levar este jornal para jovens nas escolas públicas e que estão saindo do ensino médio e ingressando nas universidades.

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Este projeto visa estimular a leitura impressa, além de dar dicas de estágios e formação e estimular a tecnologia.

WS – Como será feita a distribuição destes veículos?

MM – Estamos em entendimento com a Secretaria de Educação do Estado do Paraná para as estratégias de logística. Esta parceria irá garantir a distribuição dos impressos em Curitiba, região metropolitana e posteriormente para todo o estado do Paraná.

WS – O senhor não acha que o impresso está competindo em desigualdade com as novas tecnologias?

MM – O veículo impresso deve ter uma programação visual bastante atraente, bem como seu espaço de leitura, de acordo com seu público específico. Muitos jovens navegam na internet e não sabem o que a plataforma digital pode oferecer a eles. O jornal de inclusão digital Enter vai trazer dicas de como montar um computador ou como fazer edição de vídeos, qual o melhor notebook para comprar e dicas de como usar adequadamente ferramentas como o Google, por exemplo.

WS – Os impressos mais antigos podem realizar inovações?

MM – Veículos como a Gazeta do Povo e a revista Veja estão sempre renovando no seu conteúdo e formato. A internet tem sido mais acessível para inovações, Twitter, Blogs, Facebook, mas ainda precisa de técnica jornalística. Os veículos antigos estão se renovando, mas não estão inovando.

WS – O fim do impresso vai acontecer?

MM –  Pode ser que futuramente o impresso deixe de existir por questões econômicas e principalmente pela questão da sustentabilidade do planeta.  Com toda a tecnologia a nossa volta, o impresso vai deixar de ser primordial, essencial, mas o momento ainda é do impresso. A sociedade ainda o valoriza muito. Você quer se ver no impresso. Estatísticas mostram que houve um considerável aumento do impresso em função da tecnologia. Há uma geração acostumada com o papel. Quando o impresso deixar de ser primordial, vamos deixar de consumir árvore, água e tinta para, cada vez mais, dar lugar aos chips.

Novas ferramentas de leitura estão surgindo, é o caso do book eletrônico. Creio que futuramente você vai ler um livro na parede de sua casa. Se você pegar um livro mal resolvido graficamente, que não se pode ler, você poderá redimensioná-lo como quiser.

WS – O senhor acredita que a internet seja uma ferramenta de inovação constante que não vai acabar?

MM – Creio que a única ferramenta inovadora do planeta que não vai acabar é a imagem. O futuro é a imagem, mas o texto não vai morrer, é imprescindível. Vivemos um momento de inovação em todas as áreas; na construção civil, por exemplo, os avanços são em função das inovações tecnológicas. Hoje você faz uma casa em três dias., Há uma empresa que faz uma escola em apenas quinze dias.

WS – As novas gerações devem propor inovações?

MM – Em razão da tecnologia, há agilidade da informação. A tendência é que cada inteligência seja demonstrada para o resto do planeta e os eventos inovadores escondidos estão vindo à tona.

O motor a diesel, por exemplo, foi criado na Alemanha em 1893 por Rudolf Diesel para ser movido com óleo de amendoim, mas em razão do mercado da época, as grandes corporações restringiram sua utilização em função da indústria do petróleo que era promissora e jamais poderia ser extraído por um cidadão comum sem um investimento considerável. Hoje temos carros movidos à energia solar, eólica, etc. e todos estão patenteados.

WS – A inovação da informação tem o seu papel no desenvolvimento sócio-economico?

MM – Sem dúvidas, tudo é possível graças a informação ágil. Os paradigmas estão em transformação. Talvez esta seja a maior revolução da raça humana. Estamos vendo muita informação fluindo a todo instante. Você precisa filtrar aquilo que mais lhe interessa. Antigamente um professor de uma universidade de São Paulo viajava para uma ilha distante e virava uma referência; falava de música clássica, artes, filosofia, etc, hoje nesta mesma ilha ele encontra um moleque que discute grandes temas, graças à revolução inovadora da informação.

WS – Que revolução é esta?

MM – Hoje qualquer pessoa pode montar o seu blog e estar produzindo idéias.  A maior revolução da raça humana é a de que nós nos espalhamos pelo planeta e agora estamos nos juntando através de inventos, máquinas, até chegarmos ao encontro do virtual, do holográfico, até a transposição da matéria.

Quem é Mário Milani

Jornalista, 53, Milani trabalhou nos principais veículos de comunicação do Paraná (Folha de Londrina, TV Tarobá, TV Naipi, Rádio Alvorada, TV Iguaçu, jornal “O Estado do Paraná” e Tribuna do Paraná).

Ajudou na Elaboração de uma série de publicações que falava sobre assuntos de interesse nacional como “Dívida Externa” e o “Projeto Jarí”.

Tem Participação no livro “Agricultura Suicida  Um Retrato do Modelo Brasileiro”.

Desenvolveu o projeto de marketing para a campanha “A Copel é Nossa”, no Paraná, em defesa da Companhia Paranaense de Energia.

Coordenou o markenting de várias campanhas eleitorais. (Presidente Lula, Requião, Samek, Ernani Pudell, Ângelo Vanhoni).

Além de inúmeras peças publicitárias, em 1989, criou O “L”, gestual do Lula.  Símbolo da campanha Lula Presidente  o movimento gestual que utiliza os dedos indicador e polegar da mão, num ângulo de 90 graus, para desenhar a letra “L” de Lula. Gestual feito por mais de 50 milhões de brasileiros.

Coordenou e atuou no marketing da campanha Lula no Paraná (1989, 1994, 1998 e 2002.

 Foi assessor de imprensa na Assembléia Legislativa,

 Criou e produziu o jornal “Marca” e o jornal mural “De Fio a Pavio”;

Ajudou a fundar como jornalista responsável, uma série de jornais de bairro em Curitiba e que até hoje ainda estão na ativa. (Folha do Boqueirão, Jornal do Água Verde, Folha de Santa Felicidade, Folha do Pinheirinho e Jornal do Bacacheri)

Elaborou o projeto do primeiro caderno especializado em informática da imprensa paranaense, jornal “O Estado do Paraná”.

Produziu e criou  o jornal “PT Repórter” do diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores;

 Fundou a agência de propaganda Enter, que completou 12 anos;

 Foi Consultor da Rede Record no Paraná e Santa Catarina.

Implantou o Projeto gráfico e editorial da revista CREA-PR.

 Atualmente é:

 – Diretor da Agencia Enter Propaganda.

– Especialista em marketing político.

– Diretor da Hora Pública Editora.

– Presidente do “Fórum Nacional de Defesa do Bem Público”.

-, Presidente da Associação Guanabara.

– Editor-chefe da revista ‘BEM PÚBLICO”.

– Editor-chefe do jornal de inclusão digital “Enter”.

– Vice-Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa.

– Diretor da ong  Ever Green Planet.