Tenho acompanhado alguns reality shows de culinária na TV que têm por objetivo transformar um cozinheiro amador em um chef profissional. A cada episódio, o participante prepara pratos propostos e precisam convencer os jurados que sabe bem como lidar com a pressão de uma cozinha de um restaurante profissional.
O motivo da saída de um participante me chamou atenção num destes programas. A tarefa de Marcelo, um dos participantes, era preparar uma sobremesa na qual colocou sal em vez de açúcar, numa demonstração de total autossabotagem.
Marcelo tinha chances reais de vencer o programa considerando suas “aptidões técnicas”, porém, durante o programa, mostrou-se um profissional que não sabia perder criticando os demais e se achando a última bolacha do pacote. Insatisfeito com alguns de seus resultados, falou diversas vezes aos colegas que gostaria de abandonar o programa, mas não teve ATITUDE de pedir para sair, agindo com indiretas e se aproveitando do “rádio peão na TV”.
Enfim, demorou pra sair!
Quando um profissional me procura para desenvolvermos um plano de ação para saída do emprego atual ou mudança na carreira, faço sempre esta pergunta: A vontade de mudança é motivada pela necessidade de novos desafios ou por insatisfação com seu chefe, remuneração, clima organizacional, pressão, etc?
Independente do motivo da saída ou mudança, pense como quer ser visto pelo seu chefe, colegas, subordinados, e qual o legado, a marca que quer deixar no seu atual emprego?
Construímos uma imagem ao longo da nossa carreira que pode ser destruída por algumas atitudes destemperadas que, em segundos, deixam uma pitada amarga na nossa receita. Um bom exemplo para se refletir. No mundo do trabalho, toda aptidão técnica vem temperada de humildade e salteada de habilidades comportamentais desenvolvidas.