– Oi moça. Tem 41 desse sapato?
– Tem.
– Tem preto? – Tem.
– Quanto custa?
– Quanto você está disposto a pagar?
– Eu?
– Sim. O valor é a combinar.
– Bem. Qual é a faixa de valor que vocês trabalham?
– Só divulgamos a faixa do valor no final da compra.
– Mas isso não é combinar…
– Tem outros interessados no mesmo sapato também.
– Só tem um par?
– Só.
– Bom, não sei… uns R$ 200?
– Está bem. Anotei as suas opções. Qualquer coisa retornamos para você, ok? Obrigada.

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Este diálogo demonstra claramente como muitas empresas têm realizado entrevistas de emprego, o que tem deixado muitos candidatos desorientados e com a sensação de estar sendo comprados como um produto.

Há algum tempo um assessorado estava participando de um processo seletivo em que já haviam perguntado a sua pretensão salarial. Chegando a etapa final questionaram o quanto ele estava disposto a abrir mão da sua pretensão mesmo não sabendo o salário desta vaga.

Resultado: não recebeu nenhum tipo de retorno da empresa em que passou dois meses em processo seletivo e quem ganhou a vaga provavelmente deve ter aberto mão de um percentual maior da sua pretensão salarial.

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Pergunto: os processos de seleção estão virando leilão? Trabalhar pelo menor preço é justo? Onde está a transparência na descrição de cargos e salários?

O ambiente ideal para uma negociação desta forma é numa feira e a preço de bananas.

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