O que você queria ser quando era criança?

O que você queria ser quando era criança?

Esta é a primeira pergunta que faço quando começo a falar sobre talentos. Entrando na brincadeira, os profissionais começam a lembrar o que sonhavam ser quando eram crianças e ainda damos muitas risadas juntos quando peço para que me descrevam como seriam esses profissionais hoje, na fase adulta.

O fato é que alguns realmente atuam nas profissões sonhadas na infância ou seguem uma carreira relacionada, com funções semelhantes.

As profissões mais sonhadas

O que mais ouvi até hoje é que, em geral, os meninos queriam ser pilotos de avião, jogadores de futebol ou cientistas e, as meninas, gostariam de ser professoras, médicas e artistas!

Durante a minha infância, eu e minhas primas brincávamos de escolinha no quadro negro que ganhamos de nossa avó. Uma delas se tornou professora, a Telma que atua em sala de aula desde 1987 e hoje também é autora de livros didáticos.

Mas por que motivo falo disso?

Muitas pessoas não conhecem seus talentos ou não se sentem realizadas no que fazem.

Estamos próximos de comemorar o Dia dos Professores e então me surgiu a idéia de conversar com minha prima e professora Telma Ilkiu sobre o que a fez seguir na carreira de professora e qual a sua motivação de atuar nesta área.

A motivação de ser professor

Ela acredita que essa nova geração tem muitas qualidades e percepções diferentes das gerações anteriores e que são mais preparados para melhorar o mundo.

“O convívio com os alunos, a troca é muito estimulante. Quando vejo que consigo despertar no aluno a valorização do conhecimento e a vontade de se dedicar a fazer algo bem feito penso que estou no caminho certo. Quando o aluno, ainda que nos primeiros anos escolares, já faz conexões entre as suas vivências e aquilo que aprendeu na escola de maneira crítica e autônoma, essa é uma das maiores motivações para seguir na área do ensino. “

Para ser professor é preciso usar superpoderes

Para Telma, o professor em sala de aula precisa além de talento e entusiasmo, desenvolver algumas competências que aqui chamamos de superpoderes:

– Percepção: sensibilidade para acolher aquele aluno que passa por alguma dificuldade;

– Otimizar o tempo das aulas para ir além dos conteúdos;

– Flexibilidade: em poucos segundos conseguir mudar toda uma estratégia já planejada, simplesmente porque percebe que não vai funcionar naquela turma ou naquele dia …

– Criatividade: até quando não se tem recursos, consegue criar estratégias que façam com que seus alunos vivenciem aquilo que estudam.

Os desafios de ser professor

É notória a urgência em melhorar as políticas públicas e investimentos nessa área, desde infraestrutura, valoração e preparo dos professores até o apoio para pesquisas.

E, no que diz respeito a metodologia, mesmo com tantas mudanças que já aconteceram nos últimos anos, ainda estamos inseridos em um sistema educacional muito parecido com o do século XIX. O desafio é trazer aquilo que realmente é relevante para ser estudado, de uma forma que possamos, de fato, nos conectarmos aos estudantes que já nasceram no século XXI.

As profissões que sonhamos quando criança são a janela para enxergar nossas paixões e vocações. Identificar e entender essas paixões são a chave para uma escolha bem sucedida de atuação e consequente motivação. Boa semana!

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