Para não apanhar, ladrão se arrepende rapidinho

Foto: Pixabay

Viu esse rosto aí em cima? Ele define bem uma das características dos Maoris: as tatuagens faciais. Se você leu meu post sobre como escapei de uma agressão de um Maori na Nova Zelândia, você já sabe quem são eles e sabe também que são muito conhecidos pela sua cultura guerreira.

As tatuagens faciais são muito comuns nesse povo. Segundo suas tradições, quanto mais nobre for um homem, mais o seu rosto será coberto de tatuagens. E para quem já acha que tatuar o rosto deve doer, saiba que as tatuagens maori tradicionais são realizadas com o uso de facas para fazer cortes profundos na pele e a tinta, feita de produtos naturais como resinas de árvores e gordura animal, é colocada dentro dos cortes usando instrumentos feitos de dente de tubarão, ossos e pedras.

Tā moko, a tatuagem Maori | Foto: topvisit.net

Como naquele post eu citei o gosto por brigas dos Maoris, hoje irei falar sobre uma situação que eu presenciei e que achei a atitude de um deles sensacional. Eram umas 6 da tarde e eu estava sentado em um banco na calçada da Queen Street, uma das principais ruas de Auckland, na Nova Zelândia, e a poucos metros de mim havia um artista de rua, tocando violão e cantando algumas músicas. Na frente dele estava o estojo do violão, aberto, para receber dinheiro dos que passavam e apreciavam a sua arte.

Em um determinado momento o artista se virou de costas para pegar uma garrafinha de água que ele tinha na mochila, e foi nesse exato instante que um cara passou por ele e meteu a mão dentro do estojo, pegando muitas notas e moedas que o artista havia conseguido com o seu trabalho. Eu já estava quase dando um grito para avisar o artista quando o ladrão metido a esperto se arrependeu do que fez. Mas não se arrependeu por si mesmo não… ele teve uma pequena ajudinha.

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Em outro banco, no sentido para onde o ladrão estava indo, estava sentado um Maori. Ele também percebeu o roubo e imeditamente se levantou, ficando na frente do rapaz de mão leve. Só o rosto tatuado já seria suficiente para intimidação, mas eu juro para vocês que além disso o indígena parecia um armário 2×2 de tão grande. Ele se colocou na frente do ladrão e não falou nada mais que o necessário: Devolve!

Não levantou a voz, não foi pra cima do cara… nada de agressividade. Apenas parou na frente do já arrependido ladrão, e disse com muita segurança: Devolve! Imediatamente o cara foi lá e devolveu. Quando tentou voltar a andar pelo caminho que estava fazendo, o Maori ainda de pé e na frente dele apontou para o outro lado da rua e disse: Atravessa!

E lá se foi o esperto, sem o produto do furto e com certeza pensando na surra que escapou.

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