Zücher Geschnetzeltes: o primo suíço do estrogonofe

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O Brasil encara a Suíça nesta segunda-feira (28), a partir das 13h e, como sempre, a gente quer “papar” o adversário na busca pelo hexacampeonato mundial. E, por que não começar apostando em um almoço inspirado na gastronomia do nosso rival? A nossa bola da vez é o Zücher Geschnetzeltes, comida suíça que tem nome e robustez de beque, mas afaga nosso estômago como a boa comida de vó.

Quando se fala da gastronomia do nosso adversário desta segunda, é quase automático pensar no fondue, especialmente nas versões de queijo ou de chocolate, dois ingredientes que são referência do país. Aliás, fiz uma viagem gastronômica pelo museu da Lindt e publiquei no ano passado no Bom Gourmet. Vale dar aquela olhada!

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O fondue de queijo é um dos pratos mais emblemáticos da gastronomia da Suíça. Foto: Pixabay

Mas, aqui entre nós, a gastronomia da Suíça, onde se fala quatro idiomas – alemão, italiano, francês e romanche – merece um olhar mais acurado. Quando estive por lá, há um ano, até investi na raclette, o preparo com queijo derretido que também é muito conhecido por aqui e, por lá, é servido com pepinos e cebolas em conserva.

No entanto, como minha única parada foi em Zurique, não poderia deixar de provar o nosso prato do dia, o Zücher Geschnetzeltes, que, em uma tradução livre, é algo como carne em tiras à moda de Zurique. Comi o prato no Alexis Restaurant, dedicado à cozinha tradicional. A receita, por lá servida com batata rosti e originalmente feita com carne de vitela (a tenra carne do bezerro), me lembrou muito o meu amado estrogonofe, apesar de não levar tomate ou mostarda em seu preparo tradicional.

Provei o Zücher Geschnetzeltes no Alexis Restaurante, em Zurique. Vídeo: Gisele Rech

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Quando dei aquela checada a tabela da Copa do Mundo e vi que os suíços estavam no nosso caminho, não poderia ter pensado em outro prato para discorrer por aqui. E, para minha alegria, descobri um restaurante aqui em Lisboa que é craque nessa receita.

O chef Ädu Wahlen comanda o Bistrô Edelweiss há 13 anos, em uma esquina do efervescente Bairro Alto, no Centro da capital portuguesa. No cardápio, há pratos que homenageiam as principais referências gastronômicas suíças: França, Itália e Alemanha.

“A Suíça tem suas receitas próprias, mas, com algumas influências dos países vizinhos. Perto da fronteira com a Itália, por exemplo, se come coelho com polenta”, explica.

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A raclette também é muito popular na Suíça e servida com picles de pepino e cebola. Foto: Gisele Rech

Da porção mais, digamos, austríaco-italiana, veio o Spätzle, uma massinha que lembra o gnocchi, também consumido ao norte. Da Alemanha, houve influência em preparos como o chucrute e o schnitzel, empanado de porco. E, por aí, vai. “Temos, por exemplo, uma a carne seca que servimos enroladinha, que é da região de Grisons, que fica no sul, bem diferente da brasileira”, diz o chef.

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Mas, não há como negar. No menu do bistrô, o Zücher Geschnetzeltes é um dos carros-chefes. “É um prato que surgiu depois da Segunda Guerra em Zürich, mas, hoje é consumido em toda a Suíça”, garante. “No início, levava rins, mas, com o tempo, os cogumelos entraram no lugar porque não é todo mundo que gosta de miúdos”, explica.

Depois que a gente fez tanta propaganda desse prato que até mesmo no menu do Edelweiss referencia o estrogonofe, só poderíamos terminar com a receita!

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O Zúcher Geschnetzeltes é prato típico de Zurique, mas consumido em toda a Suíça. Foto: Divulgação/Edelweiss

Zücher Geschnetzeltes

Ingredientes

500 g de carne em tiras (originalmente é vitela, mas, vale outros cortes macios de boi)
1 cebola média em cubinhos
50 g de cogumelo Paris finamente fatiado
100 g de manteiga sem sal
100 ml de nata ou creme de leite
100 ml de vinho branco
Sal e pimenta do reino a gosto
* Se desejar, o chef diz que é possível acrescentar caldo de carne para intensificar o gosto.

Preparo

– Em uma frigideira bem quente, acrescente parte da manteiga e, quando estiver bem quente, doure a carne temperada com sal e pimenta. Separe.
– Coloque o resto da manteiga e acrescente a cebola. Quando estiver dourada, entre com os cogumelos;
– Adicione o vinho e deixe reduzir;
– Acrescente a nata, misture e, por fim, volte com a carne. Mexa bem e está pronto.

*originalmente, o prato é servido com batata rosti, que é o que chamamos de batata-suíça no Paraná. Mas, para facilitar a vida, fica muito bom com arroz e batata-palha. Aproveite!

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