Durante três dias, circulei pelos estandes da WTM Latin America, realizada em São Paulo, no mês passado. A feira, considerada a maior da América Latina, é focada em negócios de turismo, que têm como um dos atrativos, é claro, o turismo gastronômico.
Afinal, como sempre reforço aqui no blog, os sabores e saberes que envolvem a comida fazem parte da cultura e do conhecimento que se tem de um povo.
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Aqui, dou algumas pitadas do que eu vi ao circular pelos estandes de mais de 600 participantes que marcaram presença na WTM 2023. Vamos junto nessa Viagem Gastronômica!
Minas Gerais
O cheirinho de pão de queijo mineiro com café é inconfundível e foi por meio do olfato que o time lá de Minas atraiu quem estava disposto a conhecer mais sobre esse imperdível destino, cercado de história e de uma gastronomia pujante.
Além dos cafés especiais – a região tem três indicações geográficas para o produto, o estado se destaca pelo premiado queijo da Canastra, que pudemos provar durante a feira, e toda a sorte de cachaças.
O Leonardo Rodrigues Gomes, do Mercado Novo BH, inclusive, me deixou curiosa sobre o número de mulheres que está tomando a frente nos negócios etílicos por lá. “Estão fazendo um trabalho incrível, como é o caso da cachaça Tiê, super premiada”. Aguardem cenas do próximo capítulo!
![turismo gastronômico](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/87/2023/05/07183758/turismo_gastronomico_wtm_2023-770x440.jpeg)
Mato Grosso do Sul
Outro estado que chamou a nossa atenção, até mesmo pelo trabalho intenso de turismo gastronômico, com o Brasil Food Safari´s, é o Mato Grosso do Sul. Os chefs Kalymaracaya Nogueira e Paulo Machado foram os anfitriões do estande.
“Temos uma cozinha de fronteira e sertaneja, chamada de brasiguaia, com influências de outros estados, como Minas e São Paulo e de outros países, como o Paraguai. Afinal, já fizemos parte do território paraguaio”. Isso sem falar, é claro, na influência dos povos indígenas, como os terenas, etnia a qual pertence a chef Kalymaracaya.
A gente aprendeu a fazer o macarrão de comitiva e deixo a receita se vocês pedirem. Combinado?
![turismo gastronômico](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/87/2023/05/07183922/WhatsApp-Image-2023-05-07-at-16.57.27-770x440.jpeg)
Roraima
A gastronomia é uma das ferramentas que Roraima utiliza para promover o turismo no estado, com ampla influência indígena.
“Temos pratos como a damurida, que o turista pode provar ao visitar as comunidades”, diz Bruno Dantas. Em uma rápida explicação, o primeiro prato é um caldo apimentado com tucupi, carne de peixe ou cação, chichória, jambu e pimentas da região. Há ainda o pajuaru, uma bebida alcóolica fermentada por dez dias a partir de um tipo específico de mandioca.
Outra curiosidade: Você sabia que Roraima está investindo na produção de café? É o café imeru. “Os grãos são 100% arábica e orgânico e cultivado em altitude em Pacaraima, na comunidade do Cauê. É um projeto recente, mas, que vale muito a pena conhecer”.
Pelo Mundo
Aqui, cabe um adendo: a despeito de o foco da WTM ser nos países da América Latina, o espaço é democrático. Por isso, nessa edição, tinha representantes de diversos países que não fazem, necessariamente, parte do continente,
Arábia Saudita
Isso mesmo que você leu! A carne de camelo é muito consumida nos países árabes e foi em um bate-papo com Miguél Angel Rodriguez e Clayton de Araújo, da Eupamundo, empresa que comercializa pacotes para Arábia Saudita, que ficamos sabendo mais sobre a exótica carne.
“Geralmente, é servida ensopada e tem animais criados especificamente para esse fim”, conta Miguel.
O país segue em abertura para o turismo e a Europamundo é a agência responsável, aqui no Brasil, pela comercialização dos pacotes, que costumam incluir outros países no roteiro. A gastronomia saudita, é claro, é um dos atrativos. “A alimentação é muito parecida com a ofertada em outros países árabes. Mas, é claro, nos principais hotéis, já oferta de comida mais usual, como as internacionais pizzas”, completa Clayton.
Itália
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Na Itália, especialmente ao Sul, o aproveitamento integral dos alimentos é levado muito a sério. Uma prova é o uso das flores das abobrinhas para preparar uma receita feita com massa de água e farinha e frita por imersão.
O chef Antonio Maiolica, da Agenzia Nazionale del Turismo, contou que a receita é muito comum na Campanha, no Lácio e na Puglia. “Preparo as flores recheadas com ricota. Come-se muito no verão e é muito popular no sul da Itália”.
O sabor é incrível e, certamente, mostra um lado do País da Bota que vai muito além da profusão de massas e pizzas (que também amamos, claro!). Não preciso nem dizer que só fez aumentar a minha vontade de voltar para a Itália.
Equador
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Um dos carros-chefes da gastronomia do Equador, é, sem dúvida, o chocolate. “O cacau equatoriano é um dos melhores do mundo e somos o terceiro exportador do mungo”. garante o chef chocolatier Daniel Ampuero.
A qualidade da matéria-prima, naturalmente, resulta em um chocolate puríssimo e de sabor marcante, que pode ser trabalhado nas mais diversas variações. Provamos, por exemplo, versões recheadas com creme de maracujá e outra versão com creme de amendoim. Um chocolate, realmente, acima da média.
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Você sabia dessas peculiaridades do turismo gastronômico que contei por aqui? Qual deixou você mais curioso? Me conta que prometo me aprofundar no tema!
Na próxima coluna, começo o especial que trata da gastronomia do Sul dos Estados Unidos. Já ouviu falar? Spoiler: tem jacaré na área! Até lá!
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Leia também: Comer em pontos turísticos de Curitiba? Só vem!
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