Dia desses estava distraída ao descer do metrô em Lisboa e fui guiada pelo cheiro da pipoca para chegar à saída que buscava, que tem um pipoqueiro de plantão. O cheirinho inconfundível me remete às doces memórias da infância, que incluem passeios pelos parques de diversões e cinemas.

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Aí lembrei que o dia de festejar essa iguaria tão popular estava chegando. O Dia da Pipoca é comemorado no dia 11 de março e, é claro, a data não ficaria de fora da nossa Viagem Gastronômica.

O milho que dá origem à pipoca tem grãos duros. Foto: Pixabay

De acordo com a autora do Dicionário de Gastronomia, Myrna Corrêa, a explosão da pipoca nada mais é do que a expansão do vapor de água dentro do grão de milho seco quando aquecido.

Como muitos alimentos, a origem da pipoca é incerta. O que se sabe é que os povos originários da América do Norte preparavam a iguaria em panelas de barro com areia quente antes mesmo da chegada de Colombo ao continente americano. No Brasil, os indígenas atiravam o milho verde no fogo e depois sopravam para tirar as cinzas.

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No processo natural de evolução do ingrediente, hoje os métodos de preparo vão desde as panelas convencionais, passam pelas pipoqueiras elétricas e culminam no microondas – e não estou falando aqui, necessariamente, das pipocas industrializadas. Costumo prepará-las em um recipiente de vidro com um pouco de água e sal, coberto por plástico-filme com alguns furinhos. Dá super certo!

A versão considerada mais tradicional é a salgada, sem muita firula. Há, também, a caramelizada, que agrada quem é chegado num docinho. Mas, aqui entre nós, a versatilidade do grão milenar permite a imaginação ir bem longe.

Carmel faz pipocas doces. Foto: Divulgação
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Para adoçar

Nos últimos anos, com o perdão da brincadeira, pipocaram marcas – artesanais e industriais – que vendem versões doces, algo que já era muito comum em países como os Estados Unidos. É o caso da Carmel’s, de Ithamar e Luciana Kirschner, com duas lojas em São Paulo pelas mão do empresário Léo Macedo – leia-se Nanica Brasil e Mornings. Recomendo de flor de sal ou Ninho, mas também tem toda a sorte de versões para agradas os chocólatras de plantão.

Em uma versão encontrada nos supermercados, seja em Curitiba, como no Festval, ou em Portugal, na rede Continente, há a Mais Pura, assinada pela influencer Gabriela Pugliesi. A marca, inclusive, participou da Lisbon Food Affair, e foi lá que fiquei sabendo da jornada portuguesa da doce pipoquinha.

Além da pipoca doce em sacos, super crocantes, Mais Pura também lançou um novo produto, uma farinha de pipoca. Isso mesmo! O produto, vegano, sem glúten e rico em fibras, pode ser usado para preparar panquecas, farofas, bolos e até mesmo para empanar o que sua imaginação mandar. Quando testar, compartilho lá no meu Instagram.

Versatilidade

E o por falar em imaginação, você sabia que a pipoca pode ser consumida de outras maneiras? Em 2021, provei e me apaixonei pelo sorvete de pipoca que a chef Raquel Villalva preparou em um jantar que uniu um time de participantes do Masterchef Brasil em Curitiba. Foi servido com uma farofinha e sagu de tapioca e surpreendeu pela improvável sensação geladinha e cremosa com gosto de pipoca. Tem a receitinha divulgada pela Band no final do post!

Como gosto dessas experimentações, já coloquei na minha lista de coisas a provar um coquetel que promete entregar uma, digamos, pipoca etílica, feito pelo time do Red Frog. O speakeasy mais concorrido de Lisboa (único português entre os 50 melhores bares do mundo do The 50 Best Bars) assina o Popcorn ‘n Oil, que leva rum Plantation Fiji (destilado das Ilhas Fiji), xarope de pipoca, manteiga de coco e cordial de limão (lima, para os portugueses).

Aliás, ao pesquisar mais sobre o tema, descobri que a Monin, vejam só, tem um xarope para preparar drinks, soda italiana (com muito gelo e borbulhas) ou até mesmo uma versão de café com aquele fundinho de pipoca. Também vou deixar a receitinha aqui. Que tal celebrar o Dia da Pipoca com uma dessas delicinhas?

Popcorn Latte

20 ml de xarope Monin de sabor pipoca
150 ml de leite
1 dose de café espresso
Monin caramelo para decorar
Chantilly para decorar

Preparo
Coloque o Monin de pipoca em um copo de 270 ml. Bata o leite até obter uma mistura com textura de mousse e coloque no copo; acrescente o café; decore o topo com chantily e Monin Caramelo. Sirva!

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Sorvete de Pipoca

Ingredientes

1 xícara (chá) de milho de pipoca
2 colheres (sopa) de manteiga
1/2 xícara (chá) de açúcar
2 colheres (café) de canela em pó
}1/8 colheres (café) de cravo em pó
1/4 colheres (café) de gengibre pó
1/8 colheres (café) de noz-moscada
800 ml de creme de leite
1/4 xícara (chá) de macadâmia
1/4 xícara (chá) de noz-pecã
Sal a gosto
1/8 colheres (chá) de ágar-ágar
1/8 colheres (chá) de leite condensado
1/3 de unidades de fava de baunilha

Preparo

Prepare a pipoca do modo convencional;
Aqueça, sem deixar ferver, 300 ml de creme de leite;
Acrescente duas colheres de sopa de açúcar e baunilha e quatro xícaras de pipoca pronta e deixe infusionar por cinco minutos;
Leve ao liquidificador por 45 segundos, passe a mistura por um chinois (espécie de coador) e volte a mistura à panela para adicionar o ágar-ágar. Aqueça até antes de ferver e leve à geladeira para firmar;
Depois, bata os 300 ml do creme de leite em chantily, acrescente o leite condensado e a mistura feita com a pipoca, mexendo com um fouet até incorporar ao chantily;
Leve ao congelador e bata com fouet a cada 20 minutos até ficar firme e cremoso; Coloque ½ xícara de açúcar na chama média do fogão, movendo a panela até derreter e adicione a mistura de especiarias, além de uma colher de sopa de manteiga e 100 ml de creme de leite. Reserve e finalize com sal a gosto;
Acrescente ½ xícara de açúcar na chama média do fogão, mexendo até derreter, adicione 1 colher de sopa de manteiga, e macadâmia e noz-pecã tostadas. Misture e incorpore 3 xícaras da pipoca estourada. Leve ao forno baixo por 10 minutos. Deixe esfriar e separe as pipocas. Adicione sal a gosto. 
Sirva o sorvete coberto com a calda e as pipoquinhas caramelizadas.

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>>> Conheça o meu perfil no Instagram (@giselerech). Lá tem muito mais informações, fotos e vídeos sobre as minhas Viagens Gastronômicas. Espero você por lá!