A efervescência das festas juninas no Brasil, especialmente no Nordeste, tem muito da herança cultural portuguesa. Por aqui, do outro lado do oceano, a largada para as chamadas Festas dos Santos – leia-se Santo Antônio, São João e São Pedro, é dada já no dia 1º de junho e se estende até o final do mês. E, tal como no Brasil, a comida junina é especialmente saborosa.
Nas barraquinhas espalhadas pelas ruas, as sardinhas assadas na brasa disputam espaço com o porco feitos inteiros em espetos giratórios – inevitável lembrar do Porco no Rolete, de Toledo, no interior do Paraná. As duas proteínas podem ser degustadas tanto puras quanto abraçadas a um bom naco de pão, chamados com aquele certo toque de intimidade de sandes.
![comida junina](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/87/2023/06/13153237/sarinha-comida-junina-portugal-770x440.jpeg)
Para adoçar a vida, nada dos nossos tradicionais doces de milho. Aqui, quem brilha lindamente são iguarias portuguesas, como o arroz doce. Diferente do nosso, o das terras lusitanas levam ovos e têm uma cor mais amarelinha. É de uma cremosidade!
Outra curiosidade é que aqui em Portugal não tem quentão (ou vinho quente, como eles chamam por aqui) nas festas juninas. E a explicação é simples: nesta época do ano, no hemisfério norte, o calor dá as caras e, convenhamos, a bebida combina mais com o frio. Não à toa, tem muito vinho quente por aqui entre novembro e janeiro.
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Para beber, tem muito chope, vinho e cidra, a bebida fermentada de maçã que faz muito sucesso por toda a Europa e, no caso das festas, saem por torneirinhas tal como as de chope. A marca autenticamente portuguesa mais popular por aqui é a Bandida do Pomar, que tem versões saborizadas como a de manga, a cara do calor.
![comida junina](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/87/2023/06/13152930/WhatsApp-Image-2023-06-13-at-19.26.00-770x440.jpeg)
Para brindar as Festas dos Santos, garimpei uma receitinha de arroz doce especial do Pingo Doce, uma rede de supermercados daqui que tem uma ótima curadoria de receitas. Nessa versão, o arroz doce é acompanhado pela crocância da massa filo. Vamos aprender?
Arroz doce em massa filo
Pingo Doce
![](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/87/2023/06/13145148/estaladico-arroz-doce-sultanas-Porto-770x440.jpg)
Ingredientes
800 ml de água
½ colher de café de sal
2 colheres de sobremesa de manteiga
1 pau de canela
50 g de casca de limão
200g de arroz
600ml de leite
200 g de açúcar
4 gemas de ovo
10 folhas de massa filo
100 g de canela em pó
100 g de passas
1 cálice de vinho do Porto
Preparação
– Leve a água ao fogo com o sal, a manteiga, o pau de canela e a casca do limão;
– Deixe levantar fervura, adicione o arroz e deixe cozinhar lentamente até a água desaparecer;
– Junte o leite e o açúcar, envolva e deixe cozinhar em fogo brando até absorver quase todo o leite. Retire do fogo;
– Retire um pouco de arroz para um recipiente, junte as gemas e mexa bem. Em seguida, adicione esta mistura ao restante arroz e mexa para incorporar tudo.
– Leve à geladeira para resfriar ligeiramente.
– Pré-aqueça o forno a 180° C
– Pincele as folhas de massa filo com a manteiga, previamente derretida com a canela, e disponha duas colheradas de arroz na superfície de cada uma, deixando os bordos livres.
– Enrole como se fossem crepes e coloque num tabuleiro forrado com papel manteiga.
– Pincele com a mistura de manteiga e leve ao forno cerca de 5 a 8 minutos ou até começarem a ficar dourados.
– Demolhe as passas no vinho do Porto e, na altura de servir, coloque três em cada unidade.
– Sirva polvilhados com a canela.
Em tempo: se não encontrar massa filo, só o arroz doce já vale muito a pena!
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