Quem não gostaria de saber o que vai acontecer no futuro? Pois é, tem muita gente que recorre a cartomante, vidente, búzios, tarô, tudo para tentar prever o que está por vir pela frente. E se eu te contar que uma montadora de automóveis conseguiu fazer isso? E com um nível de acerto absurdo.
Há exatamente 25 anos, em outubro de 1996, a Mercedes-Benz apresentou no Salão do Automóvel de Paris um conceito empolgante e quase inimaginável de futuro automobilismo: o Mercedes-Benz F 200 Imagination. E não é que a montadora alemã acertou em cheio. Hoje, muitas das tecnologias apresentadas nesse carro-conceito se tornaram parte da vida cotidiana dos modelos de produção, ressaltando a grande importância do trabalho de pesquisadores e desenvolvedores que pensam constantemente nos veículos de amanhã, redefinindo continuamente possibilidades e limites. O carro-conceito original está em exibição na seção “Fascinação da Tecnologia” do Museu Mercedes-Benz em Stuttgart. Esta seção é acessível gratuitamente por meio do átrio.
“Os computadores controlam os movimentos de um carro”, “os sistemas eletrônicos substituem as ligações mecânicas”, “a segurança de condução ideal em todas as situações”: foram essas e muitas outras declarações usadas para comunicar o F 200 Imagination. Sua característica mais evidente era não ter volante. O motorista o controlava com a ajuda de dois joysticks e podia escolher se usava a mão direita ou esquerda. Uma foi montada no painel da porta e a outra no console central. Além disso, o passageiro da frente poderia assumir a qualquer momento, porque um terceiro joystick estava localizado no acabamento da porta direita.
A pré-condição para tudo isso era o “drive-by-wire”: os conjuntos principais, como a direção, não eram operados por conexões mecânicas, mas por meio de atuadores eletrônicos, elétricos e mecânicos. Os comandos do motorista são reconhecidos pela eletrônica como um desejo por um determinado estado de condução – aceleração, frenagem, direção, ré – e os sistemas então decidem a melhor e mais segura maneira de cumprir os comandos do motorista. Cada ação depende da situação, pois o computador usa informações de vários sensores que fornecem detalhes sobre a velocidade do veículo, rotações das rodas e do motor, condições da estrada e movimento da carroceria, entre outras informações.
O sistema de exibição no F 200 Imagination pode não ter sido oficialmente chamado de cockpit widescreen em 1996, mas a semelhança com o interior da Mercedes-Benz de hoje e com o MBUX é impressionante: monitores coloridos foram montados em toda a largura do cockpit. Eles exibiam os instrumentos do veículo e todas as notificações, bem como o computador de bordo. Os monitores também exibiam os sinais das câmeras de vídeo que foram instaladas no lugar dos espelhos retrovisores internos. Nos monitores eram exibidos telefone, sistema de navegação, rádio, aparelhos de CD e DVD. O som podia ser transmitido para fones de ouvido sem fio para o passageiro da frente. O nível de informatização neste carro-conceito foi significativo: até mesmo a conexão com a Internet, incluindo o telebanco e a reservas digitais de hotel.
Só com a tecnologia drive-by-wire que sistemas, como o Mercedes-Benz DRIVE PILOT, podem existir: em determinadas situações, o condutor pode relaxar e o automóvel continua a conduzir de forma altamente automatizada. Nesse sentido, o F 200 Imagination foi pioneiro na direção autônoma há 25 anos.
O F 200 Imagination ofereceu inúmeras outras inovações que agora estão bem estabelecidas. Por exemplo, o sistema de faróis com distribuição de luz variável, airbags de janela, suspensão Active Body Control, reconhecimento de voz para telefones celulares, teto panorâmico eletro-transparente e freio de mão acionado eletricamente. Todas as tecnologias mencionadas, mesmo que diferentes, estão disponíveis nos modelos de produção da Mercedes-Benz, algumas delas já há muitos anos.