Sem equilíbrio emocional não dá para emagrecer

Olá André. Muito interessante sua coluna, vejo que você não dá somente dicas, mas também tenta mexer com a auto estima e a força de vontade dos leitores. Pois bem, meu caso é o seguinte: tenho um filho que foi adotado aos 3 anos de idade, era bem magrinho e como ele veio de condições precárias, sempre deixamos ele se alimentar com as coisas normais de criança que ele não tinha antes. Porém, hoje ele é adolescente e está tendo problemas com o sobrepeso. Já levamos em diversos nutricionistas e médicos, mas ele nunca consegue ficar muito tempo fazendo a mesma coisa, e está revoltado consigo próprio. Um amigo, o qual confio muito, falou que sua esposa teve resultados bem positivos usando a Psicoterapia. (AF).

Cara AF, obrigado por escrever. Concordo com seu amigo, acho sim, que você deve tentar algo nesse sentido com seu filho, pois a Psicoterapia trabalha com o ser humano na forma integral e nas múltiplas dimensões da vida.

No caso da obesidade por exemplo, vai investigar quais foram as verdadeiras causas e raízes do problema. Numa abordagem mais profunda, não basta somente alimentação melhor e exercícios, tem que identificar que tipo de desequilíbrio psicológico ou na personalidade causou essa compulsão por comida.

Os Psicoterapeutas ensinam que toda nossa história, desde o nosso nascimento, é captada por um de nossos 5 sentidos e fica registrada em nós na forma de sensações, boas ou ruins, prazerosas ou angustiantes, que ficam inicialmente armazenadas em nossa memória, mas depois ficam armazenadas no nosso corpo, deixando com o tempo ele mais rígido ou mais flácido, mais gordo ou mais magro. Logo após o nascimento, começa a fase da consciência corporal, onde aquele novo ser vai começar a se ambientalizar em sua nova morada, e logo após isso vem a fase oral, onde vem tudo relacionado a amamentação e o desmame.

Estudos demonstram que a maioria dos obesos teve algum problema nessas fases, que na vida adulta resultam na questão de sentir-se deslocado no próprio corpo, não sentir prazer na prática de atividades corporais, como exercícios físicos, dançar, etc. Já aqueles que tiveram problemas na fase oral ou fase da amamentação, podem ser de dois tipos, o oral reprimido, que tende a ser magro, e o oral insatisfeito, é aquele que está acima do peso, tem consciência da própria depressão e busca no alimento a compensação.

É sabido por todos que os pilares fundamentais do emagrecimento são a alimentação balanceada e a atividade física combinada, mas eles não se sustentam sem o terceiro pilar, que é o equilíbrio psicológico e emocional. Para isso os Psicoterapeutas ensinam que é preciso entrar em contato com a história contada pelo próprio corpo e se reconciliar com ele, parar de rejeitar e de não se aceitar são as partes principais que a Psicoterapia irá trabalhar para que as outras coisas funcionem em seguida, como a aquisição de hábito.

Além da Psicoterapia, existem hoje em dia diversos Psicólogos especialistas em emagrecimento que trabalham de forma semelhante, vale a pena se inteirar disso também.