Apenas uma breve e superficial reflexão retrô!

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Se fosse delegado a uns dez sommeliers ou enófilos o tema da coluna de hoje, objetivando o desenvolvimento de um texto, cada um escreveria experiências muito diferentes sobre como evoluiu seu interesse e conhecimento em relação ao vinho ao longo dos anos, assim como a visão geral sobre a sociedade em que viveu e as proposta de difusão da bebida em questão.

Esse intróito serve somente para esclarecer que a breve reflexão, proposta na coluna desta semana, é algo pessoal e muito sumária, no entanto, espero que alguns consigam se identificar com, pelo menos, pequenos pontos do histórico.

Vou poupá-los da velha história das Naus de Cabral abastecidas com vinhos da Pêra Manca, servidas posteriormente aos índios, até porque muitos já a conhecem ou pelo menos desconfiaram ao observarem o rótulo do afamado e caro vinho português. Ademais, a idéia é não se afastar muito do real boom dos últimos tempos.

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O que percebemos é uma evolução no padrão do vinho consumido, não no real aumento de consumidor, que vem aumentando vagarosa e paulatinamente e se mantém oscilando entre 1,8 e 2,2 litros per capita.

Não há como falarmos em ascensão do vinho no Brasil sem mencionarmos um dos seus precursores: quem não lembra do Liebfraumilch? Não lembrou? Era aquele vinho alemão da garrafinha azul, levemente adocicado… Sim, lembrou agora, não é? Fez um enorme sucesso!

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Em meados dos anos noventa, nessa mesma esteira, alguns italianos despontavam, tais como o siciliano Corvo Rosso e o Valpolicella Bolla, além de algumas garrafas de Chiantis adornadas em palha. Havia também o francês JP Chenet, da garrafa com o gargalo torto e uma série de Côtes Du Rhône e alguns Beaujolais, principalmente os nouveau. Um excelente vinho californiano chamado Blossom Hill, principalmente o rosé, o qual bebíamos, entre amigos, como um dos nossos preferidos, que teve um desastroso seguimento na Argentina.

Depois vieram alguns argentinos que impressionavam, tais como Finca Flichman e Finca La Linda e uns Chilenos, como os da Cousiño Macul. Os Brunellos di Montalcino corriam por fora, mas focavam um público mais elitizado e muito reduzido.

Um vinho brasileiro também ganhou repercussão naquela época, o Don Laurindo, em específico, da variedade tannat, um vinho caro, mas muito bem elaborado para a época.

Já em meados de 2000, o mundo voltou os olhos para o Brasil e, principalmente, as vinícolas sul-americanas, que passaram a investir pesado em divulgação e readequação de valores, já que os vinhos por aqui tinham seus preços orbitando a lua.

Hoje é possível degustarmos bons vinhos a preços mais justos, não como os praticados no comércio francês ou norte-americano, obviamente, mas pelo menos houve uma melhora considerável.

Até a próxima coluna!

Cheers!