Você já teve a oportunidade de participar de um cruzeiro marítimo? Se sim, o texto servirá para reflexão e comparação à sua experiência. Se não, tentarei explicar, sob meu ponto de visto, é claro, minha experiência.

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Inicialmente, você deve saber que o navio está pronto para lhe proporcionar tudo aquilo que um bom resort tem a oferecer, com o conforto de que quase tudo acontece ali dentro, sem a necessidade de grandes deslocamentos, é claro, ou vestimentas peculiares, salvo eventos especiais pré-programados.

Ao embarcar no Splendour Of The Seas em Santos, considerado em diversas ocasiões, pela revista Viagem, o melhor navio com roteiro pela costa brasileira, cuidadosamente construído pela empresa Royal Caribbean International, cuja bandeira ostenta as cores da Noruega, mas sem deixar de lado as características de um bom produto norte-americano, você será beneficiário de muitas opções de diversão à bordo.  

No último cruzeiro, diferentemente dos anteriores, optamos por um cruzeiro mais longo, que se afastasse da costa e atingisse um ponto mais ao sul da América, ou seja, aportando em Punta Del Oeste, Buenos Aires e Montevidéu.

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É certo que ao vencermos o Estado do Rio Grande do Sul, finalmente sentimos um pouco do balanço, do gingar proveniente de um mar mais bravio… ou ainda, as lufadas de ventos mais ousadas que transitavam como fantasmas sobre o atlântico. Entretanto, é oportuno salientar que em uma noite aberta fomos abençoados por um luar cinematográfico em meio ao oceano, digno de uma pintura de Van Gogh… uma linda noite estrelada em meio ao Atlêntico.
   
Assim, enquanto aproveitávamos as comodidades à bordo, optamos por devassarmos os rótulos de vinhos oferecidos, principalmente aqueles que não conhecíamos.

A bartender do navio este ano era a Mabeli Lisboa, extremamente simpática e, coincidentemente, de Curitiba. Não só conhecedora de vinhos, mas de bebidas em geral, possuía a capacidade de criar suas próprias beldades alcoólicas, interessantes de conhecer.

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Decidimos então alavancarmos nossos conhecimentos em vinhos norte-americanos, escolhendo-os através da leitura de rótulos, seus terroirs e cepas, já que no cruzeiro anterior havíamos optado basicamente pelos franceses.

Dentre os que escolhemos, fosse na proa sob o sol escaldante, no lounge do bar ou no restaurante King and I, durante o jantar,  fiz uma pequena lista dos 5 vinhos significativamente relevantes, como forma de dica àqueles que desejarem viver a mesma aventura enológica dentro do Splendour…

1.    Pinot Noir, 2010, elaborado pelo Domaine Drouhin, o mesmo da afamada Maison Joseph Drouhin, localizada na Borgonha, a qual tive o prazer de conhecer pessoalmente em 2007. O Domaine aqui em questão é localizado no Oregon e faz um pinot noir de alma francesa e corpo americano… Simplesmente imperdível.

2.    Bonterra, 2010, um Cabernet Sauvignon elaborado com varietais cultivadas organicamente em dois condados da Califórnia, Mendocino e Lake. Típico american fruit bomb com ótima relação custo-benefício.

3.    Ferrari-Carano Fumé Blanc, 2012, dessa vez um vinho branco elaborado na Califórnia, condado de Sonoma, um dos mais equilibrados que já provei. Não confunda, não é um bivarietal (2 uvas diferentes), mas sim um Sauvignon Blanc feito na Califórnia, também conhecido como Fumé Blanc.

4.    Abadia Retuerta Selección Especial, 2008, e, embora espanhol, vale a dica, pois se trata de um vinho elegante, muito parecido com o estilo do Pintia, um Vega-Sicilia cuidadosamente elaborado em Toro. Corte de tempranillo, cabernet sauvignon e merlot, intenso, equilibrado e muito estiloso.

5.    Champagne Gosset Grande Resérve, refinado, incomum, com suas notas de torrefação, brindamos à viagem, em companhia dos confrades, Cavaleiros do Tastevin, Rogério e João, junto às famílias.

Esta é a dica desta semana… um resort móvel e trepidante (só por vezes), que lhe oferece boa gastronomia, diversão, as belas artes de Romero Brito em loja própria, as promoções de óculos de sol de grife que surgem inopinadamente, a romântica capital da Argentina, a elegante Punta Del Este, suas praias e cassinos, a sóbria Montevidéu. E, de quebra, excelentes opções de vinhos à preço dos EUA.

Só atente a não optar pelos poucos vinhos da América do Sul (somente chilenos) listados na carta do navio, pois os preços são bem brasileiros.

Até semana que vem!

Cheers!