Cabelo curto está na moda. E já não são só para senhoras que querem rejuvenescer. Há alguns meses os cabeleireiros vêm se divertindo criando visuais parecidos com o de Victoria Beckham – um dos curtos mais copiados. ?As mulheres estão loucas por essa liberdade. Eu penso que elas não agüentam mais mega hair, chapinha…?, explica Viktor Gonçalves, do Vimax Beauty. Há dois meses ele está cortando mais curtos. ?Metade dos pedidos é por curtinhos. Parece que as mulheres ganharam segurança e estão deixando de se esconder atrás do cabelão para exaltar a personalidade?, analisa o consultor de O Boticário e embaixador da L?oreal.
Práticos, modernos e fáceis de cuidar, eles realmente esbanjam atitude. E você ainda aposenta a chapinha. Mas vai precisar de gel e pomada para finalizar as produções e evitar os fios arrepiados. E não dá pra dispensar o cabeleireiro. Principalmente se optar pelo curto da vez: com base e franja irrregular, meio Marjorie Estiano.
?Não tenho dúvida de que o curtinho é mais jovial e charmoso, mas nem todo mundo vai querer e isso é ótimo, porque o que está sempre na moda é ter estilo próprio. Você pode até aderir a uma tendência, mas precisa ter personalidade para ousar mudar e contar com um profissional competente para não se arrepender?, ensina o cabeleireiro. Ele também dá uma dica para quem não quer radicalizar de cara: um corte desfiado na altura do ombro.
Se o que está impedindo a mudança é aquela história de que os homens reparam mais nas que têm cabelão, a opinião do ator Werner Schünemann é um alento: ?Tem coisa mais linda do que nuca à mostra? O cabelo curto exalta as linhas do rosto e deixa a mulher feminina?.
Famosas que já aderiram
O cabelo desfiado nas pontas da cantora e atriz Marjorie Estiano combina com todo mundo, na opinião do cabeleireiro Victor. Segundo ele, é o modelo mais versátil. Não muito curto, mas cheio de movimento ele realça o rosto e fica bom na versão descolorida como a que a atriz Christine Fernandes usou durante Páginas da vida.
A atriz Deborah Secco, que usava mega hair desde a novela
América, radicalizou e cortou bem curtos os cabelos. Deborah ficou linda com o visual à la Victoria Beckham. Um corte que é uma releitura do channel, mas desfiado e com a nuca batida.
Quando a atriz Mel Lisboa quis deixar de ser a lolita no imaginário dos fãs que a conheceram em Presença de Anita, a bela optou pelo curtinho. O visual da atriz, que faz a Carla na novela Sete pecados, é um luxo só.
Furacão emocional
Fabíola Tavernard – PopTevê
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/CZN |
Fernanda Machado tem uma incrível necessidade de se expressar. A atriz, que vive a Joana em Paraíso tropical, diz que, desde a infância, ficava ?insuportável? quando parava de fazer aulas de teatro. ?Nem minha mãe me agüentava?, recorda, aos risos. Por isso mesmo, desde o início da novela, ela não via a hora de gravar as cenas em que sua personagem, uma vendedora íntegra e sonhadora , passa por uma reviravolta e mostra um outro lado de sua personalidade. ?Ela tem deslizes porque a vida preparou surpresas nada agradáveis para ela?, explica.
A primeira grande decepção da moça foi ver seu ?castelo de sonhos? destruído ao ser roubada pelo ex-namorado Umberto, vivido por Sérgio Marone. Em seguida, com uma dívida enorme no banco, ela perdeu o emprego na joalheria do Hotel Duvivier, um dos principais cenários da trama. Agora, só para ?completar?, Joana descobre que não é filha de Heitor, personagem de Daniel Dantas, e sim de Jáder, abominável cafetão interpretado por Chico Diaz. Depois dessa, se sua relação com a mãe Neli, de Beth Goulart, já não era boa, vai passar de mal a pior. ?Ela começa a andar com companhias estranhas e tenta fazer com que a mãe acredite que ela virou uma prostituta?, adianta.
Mas nem tudo está perdido. Joana verá um luz no fim do túnel ao se aproximar do até então garanhão Cássio, de Marcello Antony. O bonitão, que tem o hábito machista de só se envolver até ?a página dois? com as mulheres, ficará apaixonado pela moça. E não a mandará para o quarto de hóspedes depois da transa. ?Ela será a primeira mulher com quem ele tem vontade de dormir?, conta Fernanda.
Para a atriz de 26 anos, é justamente esse tipo de trabalho que a realiza. ?Acho que enlouqueceria se fizesse personagens quadrados, chapados?, reforça. Desde que estreou na tevê, aliás, ela não tem do que reclamar. Viveu a determinada Sonya, em Começar de novo, depois a temperamental Dalila, em Alma gêmea, até ser convidada para a trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Satisfeita com os tipos que interpretou em três anos de tevê, Fernanda confessa que ficaria ainda mais feliz se sempre pudesse escolher. ?Gostaria de poder dizer sim ou não, dependendo do personagem. Mas sou funcionária?, pondera a paranaense de Maringá, contratada da Globo até 2010.
Com formação teatral, ela começou a fazer teatro com 12 anos e se formou em Artes Cênicas , Fernanda acredita na criação coletiva como melhor forma de realizar um trabalho bem-sucedido. Não foi à toa que ela teve uma identificação imediata com o cinema. Ao ser convidada para o filme Tropa de elite, de José Padilha, Fernanda sentiu-se em casa. ?Às vezes me sinto só na tevê, porque cada um faz o seu. Gosto dessa relação mais próxima?, compara. No longa, previsto para estrear em setembro no festival de Nova York, ela é Maria, uma estudante de Direito de classe média alta que abandona a vida burguesa e cria uma ONG para lutar pelos direitos dos menos favorecidos em uma favela carioca. ?Foi um trabalho maravilhoso. Quando eu teria a chance de subir morro e gravar de cara lavada??, questiona ela, também em cartaz nos cinemas com o filme Inesquecível, de Paulo Sérgio Almeida.
Língua afiada
Louise Araujo – PopTevê
Foto: Luiza Dantas/CZN |
Em seus 50 anos de carreira, Osmar Prado deu vida a tipos muito diferentes, que vão de um humilde lavrador a um barão escravagista. Hoje, o ator paulistano empresta seu talento ao angustiado Joaquim de Eterna magia um viúvo cheio de conflitos com os filhos e as mulheres de sua vida. Para o veterano, a melhor inspiração para esses dramas é a própria realidade. ?O ator tem tudo dentro dele. O que há de mais reles e de mais magnânimo?, avalia.
Com uma história recheada de drama, o personagem é um dos poucos que escaparam das muitas críticas que a novela enfrenta. Questionado sobre o assunto, ele não tem meias palavras. ?Em tevê, existe um medo tremendo de se falhar com o Ibope, mas é ridículo mudar para tentar cativar o público?, ataca.
Conhecido pelo temperamento forte, Osmar é categórico em seu posicionamento contra a guerra pelos pontos de audiência. Vindo de uma época em que a televisão, segundo ele, tinha um toque artesanal, o ator não poupa críticas à produção atual. ?Esvaziou-se o conteúdo?, avalia. ?A sociedade está um caos e a programação reflete essa falta de valores. Pouco se salva, hoje em dia?, ataca.
Mesmo atirando contra o conteúdo atual das emissoras, o ator garante que o entusiasmo pela profissão é o mesmo do começo. Ele, que começou em testes para pequenas participações no cinema, ainda criança, confirma a velha máxima de consultores de carreira de que o importante é gostar do que se faz. ?Não sou um burocrata da atuação, tenho paixão por atuar. E no dia em que não tiver mais, salto fora?, avisa.