Sua razão de viver é meter medo nos espectadores, incomodá-los, o que ele conseguiu mais uma vez, e muito bem, usando baratas e ratos para fins nada convencionais e espetando ganchos para torturar humanos no novo filme Encarnação do demônio. Mas, agora, é o cineasta José Mojica Marins, ou o Zé do Caixão, que se diz apavorado. “Não sei o que esperar da reação de Veneza”, disse o diretor que chega amanhã no Lido, a ilha em frente à Veneza histórica onde acontece o festival.
“Não sei se eles lá sabem o que vão ver na tela, se é isso mesmo que querem ao entrar na sala, de repente o filme é machista demais; afinal Veneza vai melhor com aventura e romance né, eu mesmo já andei naquelas gôndolas”, alega, para em seguida emendar que o convite para exibir seu filme, na sexta-feira, fora da competição oficial, já era uma honra.
“Fiquei honradíssimo com o convite, pois é uma homenagem também o que estão fazendo. Não é só mais uma exibição do filme”, diz, orgulhoso de participar pela primeira vez de um grande festival de cinema.
Mojica e seu indefectível personagem vestido de preto, capa e chapéu, com unhas longuíssimas, são garantia de diversão em Veneza e se o filme não agradar muito, ele já tem convite pra mais um: o tradicional festival de cinema fantástico e de terror de Sitges, na Espanha, onde é esperado como celebridade.
Frutas da estação
Daiane Cristina, Ellen Cardoso, Gracy Kelly e Renata Frisson, as mulheres Jaca, Moranguinho, Maçã e Melão respectivamente, posaram para o site Paparazzo (www.paparazzo.com.br). No figurino, roupas com os tons e estampas das frutas, pra ninguém errar a identificação.
Reparou no colar da moça da foto? É a dica: maçã.
5 sentidos
Tato, olfato, audição, paladar e visão. Os cinco sentidos são convocados na exposição Poética da percepção – questões da fenomenologia na arte brasileira, que abre dia 2 de setembro no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. As obras em exposição sempre associam os sentidos. Quem, por algum tipo de limitação, não puder ver, vai poder tocar, cheirar, saborear, ouvir. A exposição não é limitada a portadores de deficiência. Pelo contrário: todos estão convidados a sentir e experimentar.
São 28 obras. Gambiarra, de Amélia Toledo, é um dos destaques da exposição. A obra com fios de nylon e conchas, quanto tocada, produz som. O Bólide olfático, de Hélio Oiticica, leva a um passeio pelo olfato com um saco de café, remetendo à escuridão e ao aroma. No mundo não há mais lugar, da paranaense Eliane Prolik, traz esculturas comestíveis.
A exposição Poética da percepção vai até 7 de dezembro, no museu que fica na Rua Marechal Hermes, 999, no Centro Cívico.Ingressos a R$ 4 e R$ 2. Informações no telefone (41) 3350-4400.
Joyce Carvalho