Ela é chique, elegante, culta, simpática e ainda por cima um sucesso na tevê! Ah, também entende mesmo de criança. Estamos falando da SuperNanny, ou melhor, Cris Poli, a educadora de 61 anos que deu cara nova ao conceito de reality show na televisão brasileira.
O programa do SBT está indo para sua terceira temporada com recordes de audiência nas tardes de domingo, deixando a emissora em segundo lugar no Ibope.
Até agora, mais de 15 mil famílias de todo o Brasil já se inscreveram para participar do programa. Para os pais, a SuperNanny virou uma ?tábua de salvação? para livrá-los dos ?filhos capetinhas? e resgatar os ?anjinhos de candura? até então não manifestados em casa. Para as crianças, a imagem é de uma professora durona que quer as coisas nos seus devidos lugares e, principalmente, nos horários pré-estabelecidos – a conhecida rotina. Nas duas últimas semanas, a equipe de produção do SuperNanny esteve em Curitiba para acompanhar e também orientar a rotina de uma família com três filhos, com idades entre 1 e 9 anos. Em entrevista exclusiva à Tribuna Pop, Cris Poli conta que desde que o programa estreou, há pouco mais de um ano, viu sua vida tomar um rumo antes inimaginável para ela. ?Minha vida mudou completamente. Antes eu trabalhava em um colégio, tinha uma vida normal. Agora ficou uma loucura, com esses horários loucos da televisão. Mas está sendo muito divertido e gratificante. É uma experiência muito enriquecedora?, afirma.
Para se tornar a SuperNanny, Cris Poli deixou para trás 50 candidatas que também disputavam a vaga. Nascida na Argentina, mas morando há 30 anos no Brasil, Cris Poli acumula quatro décadas de atuação na área de educação infantil. Profunda conhecedora do comportamento infantil, ela fala que as crianças sentem necessidade de ter uma rotina, limites estabelecidos e regras a seguir. ?Há um medo muito grande de dizer ?não? às crianças. Independentemente de classe social, os pais têm medo de exercer a autoridade e se sentem culpados por trabalhar fora e ter pouco tempo para dedicar aos filhos?, relata. Muitos dos problemas verificados, explica Cris, são comuns entre as famílias, como as dificuldades na hora de dormir e de comer, além dos gritos e birras.
Mas, apesar de dar dicas e ensinar como os pais devem agir para combater o péssimo comportamento dos filhos, a SuperNanny é bem realista e não assume o papel de heroína. Mulher Maravilha é outro programa! Apesar da personagem, os casos abordados são bem reais – a equipe de produção acompanha a rotina da família por duas semanas seguidas. Tanto que, no ano passado, a SuperNanny abandonou uma família na qual a mãe se recusava a colocar em prática os métodos estabelecidos. Segundo a educadora, seria perda de tempo insistir naquele caso. E isso porque a família tinha aceitado os termos do contrato do SBT os quais estabelecem que, para participar, a família teria que pôr em prática as orientações da SuperNanny. ?Eu tinha proposto uma mudança nos quartos e a mãe não concordou, desfez tudo. Chegamos à conclusão de que não adiantaria insistir e paramos ali. Mas o programa foi ao ar mesmo assim?, relembra, referindo-se ao episódio exibido no dia 24 de dezembro.
Esta situação mostra que, na maioria das vezes, o problema não está diretamente com as crianças, mas sim com os pais. De acordo com a educadora, é muito mais difícil convencer os pais a aceitarem as mudanças, uma vez que eles trazem hábitos adquiridos há anos e que já se tornaram parte de sua personalidade. ?Quando os pais entendem e aceitam as mudanças, as crianças se encaixam rapidamente?, destaca.
O tempo do sucesso
Cris Poli acabou descobrindo a fama e a popularidade aos 60 anos, justamente quando a maioria das pessoas está pensando em se aposentar. Seu marido, o arquiteto Luciano Poli, 64, seus três filhos, Frederico, 34, Esteban, 31, e Luciana, 29 – a única brasileira da família -, estão encarando com naturalidade esta mudança. ?Para os meus filhos está sendo divertido, eles acompanharam tudo desde o início?, comenta.
No entanto, ela pondera que a facilidade de aceitação da família está diretamente ligada ao fato de todos os filhos já serem independentes. ?Eu podia estar curtindo os meus três netinhos, mas sempre tive uma vida movimentada.
O SuperNanny só acelerou tudo isto?, diverte-se.
Mais difícil que se adaptar às novidades da televisão foi se acostumar com a fama. As tentativas de circular anônima pela cidade de São Paulo, onde mora, geralmente são frustradas. ?Para mim, a ficha ainda não caiu, porque a Cris Poli continua sendo a mesma pessoa, a educadora.
A SuperNanny que é a estrela de tevê?, salienta.
Inscrições
Se você quer que a SuperNanny vá na sua casa conhecer a rotina dos seus filhos, inscreva-se nos sites do SBT: e ou pelo telefone (11) 3236-0170.
Comum de dois
Safada. Este é o adjetivo encontrado por Fernanda Paes Leme que melhor define Belinha, sua personagem na segunda fase de Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, da Globo. Certamente o público vai concordar com ela. A primeira cena da atriz mostra Belinha carregando uma bandeja com dois copos de suco. Um para oferecer ao marido Cezarino, do paraibano Beto Quirino, e outro para Romildo, de Marcelo Faria, empregado dele.
E amante dela… ?Existe mais que relação trabalhista ali. Além de dividirem o dinheiro da borracha, dividem a mulher também. Mas o marido, coitado, nem desconfia?, adianta Fernanda.
A atriz ainda tem poucos capítulos nas mãos, mas está baseando a composição da personagem no olhar que tem sobre o triângulo. ?Ela provoca o amante o tempo todo.
O maior sonho dela é que o marido morra para assumir essa paixão?, conta. A história de Belinha e seus ?dois maridos?, se passa no início do século 20 e ganha ainda mais ousadia ao mostrar o dia-a-dia dos três dentro da mesma casa. ?Ela me parece muito corajosa. E pelo que pesquisei, as mulheres eram mais atiradas mesmo. Afinal, eram poucas naquele universo repleto de homens?, analisa.
A despeito de julgamentos, porém, Fernanda até defende o comportamento de Belinha. ?Criei uma história em que ela teria sido obrigada a se casar e perdeu parte de sua juventude até se apaixonar pelo forasteiro, que se oferece para trabalhar nas terras do casal?, sugere ela, que trabalha com a sensualidade da personagem, descrita na sinopse. ?É uma mulher que vive na floresta, sem qualquer acesso a luxos para tornar essa sedução mais intensa. Acredito que o olhar, o gestual serão importantes para transmitir isso?, argumenta.
As gravações da segunda fase só começam depois do Carnaval, mas Fernanda já ?respira? o novo trabalho. Enquanto não chega a hora de encarar o papel, a moça se divide entre as pesquisas e leituras sobre a minissérie, além de participar dos workshops oferecidos pela produção.
Após a minissérie, Fernanda ainda não sabe se terá mais um tempo de férias ou se emenda algum trabalho. Mas já sabe que a agenda ficará apertada a partir de abril, quando estréia O homem que desafiou o diabo, de Moacyr Góes. Em outubro, aparece nas telas em Podecrer!, de Arthur Fontes. ?Foi uma experiência incrível fazer cinema. Creio que volto à tevê mais consciente, que mesmo num ritmo mais ágil é possível elaborar um trabalho com mais calma?, avalia.
Carolina Marques – PopTevê
Fruta madura
Carla Marins estreou na televisão aos 18 anos, em Hipertensão. Hoje, 20 anos e 13 novelas depois, a atriz mantém quase o mesmo ar de menina que lhe marcou em papéis como a freirinha Elisa, de O mapa da mina e a malcriada Joyce, de História de amor. Carla afirma que já se sentiu incomodada por apenas fazer papéis de ?meninas?. Por isso comemora bastante o papel da madura Dorinha em Pé na jaca. Aliás, esta é a segunda vez em que ela interpreta uma ?mãe?, mesmo que jovem.
A primeira foi em Porto dos milagres, em 2001. ?As pessoas não me viam como mulher porque tenho jeito de menina. Mas estou tendo a oportunidade de mostrar que mesmo assim posso convencer no papel de uma mulher casada e madura?, pondera.
Na trama, Dorinha é a ex-mulher do mulherengo Lance, de Marcos Pasquim. Apaixonada por ele desde a adolescência e mãe de seus filhos, a personagem promete ser a ?pedra no sapato? na relação entre o rapaz e a modelo Maria, vivida por Fernanda Lima. Mesmo que Dorinha esteja novamente casada, desta vez com o vice-prefeito da cidade, Plácido, de Marcelo Torreão. ?Ela casou com ele para não deixar os filhos sem pai. Mas ama o Lance e vai aprontar para cima da Maria?, adianta Carla, que depois de participações em novelas e seriados como A grande família e Papai Noel existe, faz uma novela inteira após quatro anos.
Natalia Castro – PopTevê