Foto: Anderson Tozato
Elas visitaram a mostra
a convite da Tribuna.

Sueli Pereira, Conceição Souza, Ana Fruet Lupion, Neia e Carla Merege mal se conhecem, mas têm muito em comum. Todas estão reformando, redecorando ou mudando alguma coisa nas casas.

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Sueli, grávida de sete meses de Helena, prepara a mudança para uma nova casa. A segunda gravidez foi uma surpresa que, mesmo cercada de alegria, está dando um trabalhão. ?A casa onde a gente está não acomoda um bebê, então o jeito foi encarar a mudança. Mas a troca em si não é tão trabalhosa quanto achar um enxoval que não seja cheio de babadinhos. Até agora o berço está vazio, preciso acertar isso rápido?, diz decidida a gerente de loja, que encara uma rotina diária de trabalho no shopping, mais a administração da casa onde também moram o filho de oito anos e o marido.

?Eles ajudam, claro, mas eu sou perfeccionista?, explica Sueli e imediatamente ganha a cumplicidade do grupo. ?Eles querem tudo prático e rápido, mas decorar uma casa exige planejamento.

A gente quer tudo bonito, mas nem sempre o dinheiro dá, então tem que bater perna, pesquisar, escolher com calma e isso é uma coisa que a gente faz bem?, analisa Conceição, síndica de um prédio com mais de trinta anos – pelo menos três grandes reformas – e prestes a iniciar mais uma no próprio apartamento.

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Ao contrário de Sueli, ela não terá mais a companhia permanente do filho caçula, que vai casar no final do ano e, sem dramas ou ?síndrome do ninho vazio,? ela já se prepara para a mudança.

?Meu estilo de vida não vai mudar, mas meu espaço vai aumentar e estou adorando esta fase?, conta, para em seguida num lapso de culpa – daqueles que só mães são capazes – imaginar que talvez demore para mudar algo no quarto dele. ?Sabe como é, homem precisa de um pouco de tempo para assimilar as mudanças, então vou dar esse tempo para ele começar a gostar da própria casa e desapegar?, ensina Conceição, sob o olhar cúmplice de outra mãe.

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Só imaginar a filha indo morar longe já é penoso para Néia Merege, que acaba de mudar com a filha Carla, de 11 anos, para uma nova casa e está às voltas com uma pequena reforma para dar um quarto à menina – que prefere ser tratada como moça. ?Se dependesse de mim ela não crescia, mas o tempo não pára e a gente é obrigada a se adaptar. Quando que eu ia imaginar que a minha filha iria pedir pra ter mais privacidade num espaço só dela. Então, nem bem mudei e já preciso construir um quarto?, conta a massoterapeuta.

Ana, paisagista que acaba de ?requerer? e conseguir parte do escritório da mãe para ter seu próprio endereço comercial, não esconde o sorriso.

?Pense que renovar a casa é um ato de bem-estar? argumenta Rose Raitani, arquiteta que acompanha o grupo na visita pela casa e consegue resumir o que inspira as mulheres a se envolveram nessas tarefas de transformar ambientes.

Entre os 43 espaços é difícil escolher o mais bonito

Uma visita de duas horas pela mostra de decoração e arquitetura foi suficiente para divertir, cansar e fazer o grupo sonhar com novas transformações. ?Sabe o que eu levo daqui? Um novo olhar. É como se eu tivesse ampliado meus horizontes e ganhasse um incentivo pra explorar minha própria criatividade?, resumiu Sueli.

À pedido da Tribuna elas escolheram o que mais gostaram – uma espécie de objeto do desejo – e posaram para a foto. Mas depois de conhecer todos os ambientes e comparar os respectivos objetos apareceram mais desejos. ?A gente escolheu um porque não podia escolher cinco ou seis pra fazer a foto, mas há pelo menos um quarto, um móvel, uma sala que vai com a gente como o sonho de consumo?, explicou Conceição, divertindo-se com a impossibilidade geral das mulheres de escolher um só.

Conceição adorou o painel que cobria o vidro e já imaginou que ele seria perfeito para isolar seu apartamento, no centro da cidade, dos vizinhos, sempre muito curiosos. Depois, ela contou que sonha em transformar a sala num ?estar social?. (Dois dias depois da visita ela já havia contratado um pintor e estava mudando a sala.)

Néia e Carla posaram mostrando o lustre eclético, mas saíram da mostra sonhando com coisas diferentes. A moça quer um espaço igual ao ?quarto da design? e a massoterapeuta imagina ter uma ?sala de lazer? usando materiais reciclados como as latas de tinta que servem de base para o sofá. (Ela já pediu aos imãos, que ainda moram na fazenda no interior de São Paulo, uma roda de carroça que viu ser usada na mostra como base de mesa.)

Sueli posou no sofá suspenso por cordas no ?ponto de encontro?, mas adorou o terraço privativo e já imagina ter móveis de madeira em cima de peças de deck e pedrinhas decorando o jardim da casa nova.

Ana elegeu a ?forneria? o lugar ideal. ?É clean, amplo e comporta bem um grupo para ver filme ou conversar?, explicou a moça, contando logo em seguida que adorou a idéia de ter um espelho de correr que vá de uma parede a outra do banheiro. ?Esse, sem dúvida, eu levaria já.?

Morar Mais por Menos

Organização: Arquitetos Francisca Cury e Leo Rafael Pletz.

Quando: até 2 de dezembro.

Onde: Rua Getúlio Vargas, 937 (Rebouças).

Quanto: R$ 15 de terça a sexta; R$ 18 final de semana e feriados  e R$ 10 estudante e idosos.

Horário: das 14h às 22h (21h fecha bilheteria).

Serviço extra: manobrista, cafeteria.

Dicas da Tribuna: vá no final da tarde para ver o ambiente de dia e de noite; aproveite para tirar dúvidas com os arquitetos que estão nos ambientes; veja a lista de preços e fornecedores em cada ambiente (ela está na parede da entrada); repare nos detalhes.