Tanto que o convite de Marcos Paulo a pegou de surpresa. ?Não esperava fazer outra novela tão cedo?, jura. Mas, disposta a provar que tomou gosto pela atuação, a paranaense não pensou duas vezes e alugou vários filmes de época para ?entrar? no universo da personagem. Depois de ter feito a oficina de atores da Globo por três meses, ela teve aulas com as preparadoras de elenco Camila Amado e Rossela Terranova. Nesse ponto, porém, percebeu que, pelo menos nas aulas de prosódia, teria de fazer o caminho inverso. ?Fiz sessões de fonoaudiologia para perder o sotaque quando descobri que ele deveria permanecer para a Florinda?, conta, aos risos.
Apesar de encantada com a profissão, Grazi não tem o menor problema em afirmar que, logo que saiu do reality show, tinha apenas uma idéia em mente: ganhar dinheiro. Para ela, a carreira artística foi mera conseqüência. Nascida em uma família humilde de Jacarezinho, Norte do Paraná, a loura só queria dar uma vida melhor para a mãe e os irmãos. ?Não suportava mais ver minha mãe chorar à noite por causa das contas?, recorda. Vários desfiles, comerciais e um contrato longo com a Globo depois, Grazi diz considerar suficiente o que conquistou até agora. E tem outros objetivos. ?Quero me aprimorar como atriz. Não sou ambiciosa a ponto de ter ilhas, jatinho ou helicóptero. Já tenho dinheiro suficiente?, diz, sem disfarçar o sorriso nos lábios.
Por viver sua segunda ?caipira?, Grazi admite ter medo de ficar estereotipada com esse tipo de personagem. De qualquer forma, ela prefere acreditar que seu próximo papel será diferente. ?Chega, né??, brinca. Como boa funcionária, ela diz que não chegaria a recusar outra moça interiorana, mas tentaria conversar e convencer a emissora a lhe proporcionar linhas diferentes de interpretação. ?Se for o caso, eu aceito de novo. Afinal, preciso trabalhar?, enfatiza a novata, que jura não se deslumbrar com a fama. ?Tem horas em que me acho uma estrela. Mas tento colocar os pés no chão. Sei que hoje posso estar cheia de microfones em volta, e daqui a um mês, não estar mais?, finaliza.
Jogo da verdade
Ao participante resta contar a verdade e arcar com as conseqüências, que podem ser as mais variadas: pode voltar para casa com um polpudo prêmio no bolso ou pode passar por mentiroso na frente de sua família, de seus amigos e de milhões de telespectadores, que o verão ser desmascarado em rede nacional.
Nada além da verdade é a versão brasileira de um dos mais polêmicos e divertidos programas de televisão dos últimos tempos: Nothing but the truth, mais uma idéia de gênio do produtor Howard Schultz, produtor de Extreme makeover.
Os convidados são celebridades, artistas de televisão, música, teatro, cinema e futebol. Os prêmios vão até R$ 100 mil em barra de ouro. E quem mente sai do programa com apenas a metade do que conquistou até o momento.
Pouco pano
Patricya Travassos se adapta às mudanças
Parte da naturalidade com que Patricya encara as mudanças de rumo se deve a sua ?bagagem? profissional. Afinal, muito antes de trabalhar em meio a uma superpopulação de mutantes, a atriz esteve em Vamp, sucesso da Globo no início da década de 90, onde se viu um fenômeno parecido. Co-escrita pelo mesmo Tiago Santiago, a trama de fantasia foi bem aceita pelo público e a transformação de parte do elenco em vampiros, programada para o meio do folhetim, acabou sendo antecipada. ?De repente, todo mundo começou a virar vampiro!?, diverte-se Patricya. ?Mas é assim mesmo. O autor tem de estar aberto a tudo, se adaptar às tendências e valorizar o que é prestigiado?, sentencia.
Multifuncional também fora dos estúdios, a atriz acumula os papéis de apresentadora, roteirista, produtora e escritora mostrando que suas 24 horas rendem bastante, ainda que ela jure não ter ?fórmula mágica? alguma. ?Cada dia é um dia. A gente vai aprendendo a solucionar os problemas?, garante, com o desapego que ela explica ter aprendido nos dez anos à frente do Alternativa saúde, no canal pago GNT.
É com essa mesma tranqüilidade que ela encarou a mudança de ?casa?. Depois de quase duas décadas de vínculo com a Globo, em que, além de atriz, foi roteirista de produções como TV Pirata e Delegacia de mulheres, Patricya migrou, no início de 2007, para a Record. A mudança aconteceu sem prejuízos para a vaidade da carioca, que valoriza o perfil mais ?compacto? da nova emissora. ?É como sair de uma loja de departamentos e ir trabalhar em uma butique?, compara. ?Lá, todo mundo se conhece e é mais fácil acessar as pessoas. Na Globo, a fila não anda porque a empresa não tem mais para onde crescer?, avalia.
Homem de bem
?O que me atraiu no Flávio é ele ser uma pessoa absolutamente do bem e positiva. Estava a fim de fazer um homem bom?, revela.
No folhetim, o arqueólogo milionário é pai da perversa Beatriz, personagem de Priscila Fantin, e surgiu na história com a ?missão? de colocar a filha nos eixos. ?Ele tem muito dinheiro, mas se preocupa mais em ajudar as pessoas. Por isso, quer tanto que a filha seja uma pessoa melhor?, descreve. Para ele, Flávio é tão simpático e carinhoso que, em alguns momentos, ele chegou a cogitar que o arqueólogo fosse o tal ?anjo? misterioso da trama. ?Mas ele não é anjo. É só um homem que tem valores. Prova disso é que convive bem com a perspectiva de morrer a qualquer momento?, conta o ator, referindo-se à grave doença do personagem.
Apesar de dedicar boa parte de seu tempo à novela, Paulo não deixa de lado o cinema e o teatro – suas grandes paixões. Este ano, o ator já está cheio de projetos: a começar pela direção do filme A canção brasileira, baseado na peça homônima. ?Ainda estou na atividade de captar recursos para o filme, que é bem árdua?, acrescenta. Outro plano de Paulo é montar e dirigir em parceria com Anderson Cunha a peça Sonhos de uma noite de São João, inspirada na obra Sonhos de Uma noite de verão, de William Shakespeare.