A “matemática” por trás da carreira de Paola Oliveira é curiosa. Em apenas quatro anos como atriz, ela acumula quatro mocinhas em quatro novelas, sendo uma delas no posto de protagonista. A rapidez com que seu nome se tornou conhecido, porém, parece não afetar o jeito dessa paulistana de 26 anos. Perguntada se acha que o ritmo dessa ascensão foi muito vertiginoso, ela prefere creditar o sucesso a uma boa dose de acaso. “O trabalho em tevê acontece. Não existe uma trajetória definida: você faz o que aparece para fazer. Então, prefiro avaliar meu desempenho e o que eu produzo”, pondera.
E a atual produção é a determinada Letícia, de Ciranda de pedra. Na reta final da novela de Alcides Nogueira, a personagem contabiliza diversas mudanças. Ao longo dos cinco meses em que a trama está no ar, a tenista passou de mulher auto-suficiente a sofredora de ocasião e voltou a manter a altivez. “Desde o início ela se transformou e não havia nada disso planejado. Mas as coisas vão acontecendo, e a gente vê como vai fazer”, explica.
Bem antes de desfrutar do sucesso na tevê, porém, Paola teve uma experiência pouco entusiástica em teledramaturgia. Antes de ter se tornado conhecida em 2005, na Globo, ela fez uma breve participação em Metamorphoses, exibida pela Record em 2004 e mais lembrada pelas “bizarrices” do que pela qualidade técnica. A confusão nos bastidores interferiu no ar e na audiência, o que levou a novela a ser tirada do ar cerca de um mês antes do previsto. A decisão, claro, foi uma decepção para a atriz. “Eles deram o doce para a criança e tiraram”, compara ela, que prefere considerar a Giovanna de Belíssima como sua verdadeira estréia. “Essa foi uma experiência completa, com início, meio e fim. Houve todo o aprendizado de um trabalho longo”, relembra.
Hoje ela vive uma fase bem diferente. Enquanto se despede de mais um papel na tevê, Paola volta suas expectativas para o lançamento de seu primeiro longa, Entre lençóis. “É um roteiro ousado”, resume.
No filme do colombiano Gustavo Nieto Roa, ela é Paula, jovem que se envolve com o belo e desconhecido Roberto, de Reynaldo Giannechini. Os dois se “esbarram” em uma noitada e acabam em um quarto de motel onde acontecem desde um sensual strip-tease até uma longa sessão para “discutir a relação”. “Ainda não vi nada, estou morrendo de curiosidade”, garante ela, que está exercitando a paciência até a estréia da produção, prevista para janeiro de 2009.
Louise Araujo – PopTevê
O favorito
Desde que começou a viver o introspectivo Shiva Lênin em A favorita, vira-e-mexe, Miguel Rômulo leva puxões de orelha das professoras de sua escola, na zona norte do Rio de Janeiro. Isso porque o ator, que tem 16 anos e cursa o primeiro ano do Ensino Médio, autografa os cadernos e os livros de todas as meninas da primeira série do Ensino Fundamental. “Elas já brigaram comigo, dizendo que não posso autografar. Mas quando as meninas pedem eu vou falar
que não dou?”, argumenta o simpático menino que, apesar da pouca idade, já tem horas e horas de vôo na tevê. Antes de encarnar o maduro Shiva no horário nobre, Miguel Rômulo participou de uma série de novelas da Globo, entre elas, Coração de estudante, Celebridade, Senhora do destino e Pé na jaca. “Mas foi só em Pé na jaca que tive certeza que queria seguir a carreira de ator”, afirma, cheio de segurança. Mas, apesar de ter se decidido pela atuação na trama de Lombardi, é na novela de João Emanuel Carneiro que o ator está tendo a chance de mostrar melhor o seu trabalho. Pelo menos é o que ele acha. “Estou fazendo A favorita com muita vontade”, garante. Tanta disposição tem a ver com o fato de Miguel Rômulo contracenar com atores para lá de experientes na tevê, como José Mayer que interpreta um de seus pais na trama, o delirante Augusto César e Cláudia Raia, que vive a injustiçada Donatela. “Está sendo ótimo atuar ao lad,o de profissionais que têm anos de televisão. E o mais legal é que eles me tratam muito bem, de igual para igual”, orgulha-se.
Carla Neves – PopTevê
Maluca beleza
Já são 43 anos de uma carreira marcada por um sem-número de heroínas no melhor estilo “certinha”. Mas desde a última segunda-feira, o público pode ver Regina Duarte com um estilo diferente: o de Waldete, a intempestiva governanta de Três irmãs, que chega à fictícia Caramirim carregando um segredo. “Um só, não. Ela tem vários!”, corrige Regina. Um deles envolve o passado da personagem, conhecido apenas por seu amigo e advogado, dr. Polidoro, interpretado por Othon Bastos. Somente ao lado do “cúmplice” Waldete dá mostras de quem realmente é sem sotaque ou as roupas extravagantes que fazem parte de seu figurino no balneário. “Faz tudo parte desse papel que ela está fazendo nessa cidade”, explica a atriz, sem dar mais pistas sobre o que realmente motiva Waldete. Aliás, o visual também chama atenção. Em vez de peças sóbrias ou de uniformes quase que onipresentes nos guarda-roupas de empregadas, a governanta ostenta um figurino espalhafatoso. A inspiração veio do cinema mais precisamente de Mary Poppins, a famosa babá mágica vivida por Julie Andrews. Segundo Regina, desde o início essa foi a grande referência de equipe. “E eu adoro isso, porque é um personagem delicioso, um clássico. Espero que a Waldete encante as crianças tanto quanto ela”, torce ela, que trabalha com o autor Antônio Calmon pela segunda vez. Em 1989, Regina fez uma pequena participação na bem-sucedida Top model, também assinada pelo dramaturgo. Foram apenas seis capítulos, mas que trazem boas lembranças à atriz. “Sempre gostei das novelas do Calmon, porque têm facilidade de falar com a juventude. Ele tem uma cabeça jovem, e eu também sou assim. Vou ser Peter Pan para o resto da vida!”, diverte-se.
Louise Araujo – PopTevê
Rumo à fama
Nathalia Rodrigues não suporta as chorosas mocinhas de folhetins. “Se um dia me chamarem para fazer, minha resposta será ‘não’. É insuportável. Você só tem de fazer cara de pura. E isso todo mundo sabe fazer”, enfatiza. Daí a intérprete da Suelen de Chamas da vida não disfarçar o sorriso ao falar da excêntrica personagem.
A moça, ao sonhar em participar de um reality show e se tornar estrela de tevê, é responsável por momentos hilários na história. Suelen já se vestiu de múmia, zumbi, mago Merlin… Tudo para, quem sabe, ter seu “talento” reconhecido. “É a primeira vez que faço comédia e percebo que essa construção é tão interessante e trabalhosa quanto a da vilã, da louca, da drogada… Papéis que já vivi”, compara.
Na história, Suelen mora na pensão da Vó Tuquinha, interpretada por Íris Brüzzi, e é assistente de Vilma, vilã de Lucinha Lins, na fábrica GG. Destrambelhada, ela vivia tomando bronca da chefe, foi despedida e agora ameaça espalhar aos quatro cantos que a ex-patroa mantém um caso com Miguel, de Floriano Peixoto. De quebra, ela disputa a atenção de André, biólogo vivido por Guilherme Leme, com Carla, “patricinha” de Verônica Debom. “Ter um personagem desregrado é a melhor coisa, porque nunca sei o que virá no dia seguinte. Às vezes, apareço em duas cenas por capítulo, mas são ‘as’ cenas”, valoriza.
Para se adequar aos trejeitos e atitudes escalafobéticas da personagem, Nathalia resolveu inovar. Em vez de procurar inspiração óbvia nas dançarinas de funk, ela foi além. Pegou um pouco da “pimenta” de pin-ups como Marilyn Monroe e acrescentou a extravagância de Joelma, vocalista da banda Calypso. “Quis ser original e vi que ela é um fenômeno no País.
Aí, resolvi pender para o lado popular”, explica. Conversar com Nathalia sobre ,a novela se torna especialmente interessante porque a atriz, ao contrário da personagem, tem aversão ao rótulo de “celebridade”. “Ser tachada assim me incomoda. Já chorei muito por causa disso, porque sou uma profissional. Estudei e me formei”, pondera. Formada pela Escola de Artes Dramáticas da USP, a paulistana de 27 anos teve de “peitar” a família ela é filha de um ex-padre para estudar teatro. “Na minha casa, havia muito preconceito. Meu pai queria que eu tivesse um diploma, então também cursei Publicidade”, conta ela, que trabalha como modelo desde os 10 anos e viajou para a Inglaterra, Japão, Estados Unidos e África do Sul a trabalho.
Cria do teatro, a atriz foi vista por Ricardo Waddington em uma peça em São Paulo e convidada para fazer testes para a minissérie Presença de Anita. Não foi aprovada, mas a estréia na tevê veio logo depois, em Desejos de mulher, da Globo, em 2002. Em seguida, ela foi a vilã Carla de Malhação, papel que até hoje lhe rende elogios.
Mas não demorou para que Nathalia chamasse a atenção da Record, emissora onde trabalha desde Essas mulheres, de 2005. Depois vieram Alta estação
e Luz do sol.
Fabíola Tavernard – PopTevê