De Maíra a Maya, de São Paulo à Índia. Este está sendo o trajeto de Juliana Paes, que, em um intervalo de cinco meses, estará de volta ao ar em mais um folhetim da faixa das 21h. Depois de uma rápida participação em A favorita, que atualmente ocupa o horário, ela será Maya, a protagonista de Caminho das Índias. Prevista para estrear no início de 2009, a trama é assinada por Glória Perez que insistiu em ter a atriz encabeçando seu elenco, mesmo sabendo que ela já estava em outra produção. “Isso com certeza é uma honra. Batalharam muito para me ter nesta novela e estou muito, muito empolgada”, diz, sem esconder a natural animação com a distinção. Nem mesmo a responsabilidade do novo papel tira o sorriso largo do rosto de Juliana, que garante ainda não ter atentado para esse “pequeno detalhe”. “Ainda não caiu a ficha de ser ‘a’ protagonista. É até bom, porque aí eu fico nervosa só na hora em que estiverem subindo os créditos”, afirma, entre risadas.

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A vida de Maya se dividirá entre a modernidade e a tradição. Funcionária de
um call-center localizado na Índia, ela atende chamadas de clientes nos Estados Unidos procedimento comum entre empresas americanas. Fora do trabalho, porém, a jovem se depara com as tradições seculares e quase imutáveis de seu país. E ela sentirá isso de maneira mais forte ao se envolver com Bahuan, um rapaz de posição social inferior à sua, interpretado por Márcio Garcia. “Ela vai se apaixonar por esse homem, mesmo sendo prometida a outro. Quando descobrir que ele é de casta inferior, começa o drama da Maya”, adianta.

Ao falar da oportunidade de mostrar essa realidade tão diferente, a empolgação na voz de Juliana é evidente. “Todos nós estamos muito envolvidos com essa cultura”, confirma. Marca registrada de Glória Perez, o passeio por outras sociedades já fez sucesso antes, quando o vocabulário e a moda de ciganos e muçulmanos ganhou espaço no imaginário nacional. Perguntada se acha Caminho das Índias pode repetir o feito, a atriz não titubeia. “Tomara que isso aconteça. Mas espero, acima de tudo, que as pessoas passem a ver que o mundo é muito maior do que o nosso Ocidente”, destaca.

Mas, por enquanto, a maior preocupação de Juliana ainda está na preparação para a personagem. Assim como o resto do elenco, desde 1.º de agosto ela está às voltas com aulas diárias de ioga, dança, gestual e rituais. A maior dificuldade até aqui tem sido memorizar os mudras, gestos feitos com as mãos e usados no Bharatanatyam, um dos mais antigos tipos de dança indiana. “Tornar isso orgânico, associar as posições da mão aos significados e ainda usar isso na dança, é complicado”, admite ela, antes de mais uma tirada bem-humorada.

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“Mas a gente aprende a sambar, né? Então posso aprender isso também”, brinca a ex-rainha de bateria da escola de samba carioca Unidos do Viradouro.

Louise Araujo – PopTevê

De volta pra casa

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Nos últimos dois anos, Marcos Palmeira não fez outra coisa senão se dedicar ao cinema e à série Mandrake, produzida pelo canal por assinatura HBO em parceria com a Conspiração Filmes. Por isso, voltar à tevê em Três irmãs está tendo um significado especial para o ator, que estava longe dos estúdios desde Belíssima, onde deu vida ao honesto delegado Gilberto. “Comecei a ouvir das pessoas que elas estavam sentindo falta de me ver na tevê. E isso me despertou”, confessa ele, que ficou ainda mais entusiasmado para voltar aos sets de gravação ao conhecer o perfil de Bento. “Ele é um ortopedista gente fina e ligado ao meio ambiente. Tem uma horta orgânica em casa e trabalha com energia alternativa. Se parece muito comigo”, define.

Tantas semelhanças com o ator que mantém há 11 anos uma fazenda em Teresópolis, Região Serrana do Rio, onde produz alimentos sem uso de agrotóxicos foram f,undamentais para a composição do médico.

O protagonista sofre um grande trauma com a perda da mulher logo nos primeiros capítulos da trama de Antonio Calmon. “Apesar dele não ter humor, está sendo muito divertido de fazer”, conta Marcos Palmeira, que ficará responsável pelos momentos românticos da novela, ao lado de Cláudia Abreu, que vive a desprendida Dora.

Outra característica que deixou Marcos Palmeira ainda mais à vontade com o personagem foi saber que ele teria dois filhos na história: a madura Rafinha, vivida por Thavyne Ferrari, e o carinhoso Lucas, de Matheus Costa. Afinal, é a primeira vez que o ator vive um pai depois de ter filho. “Sem dúvida, depois da Júlia, sinto mais conforto para fazer um pai. Hoje entendo melhor a relação de amor entre pai e filha”, admite ele, referindo-se à filha de 11 meses com Amora Mautner, diretora de Três irmãs.

Carla Neves – PopTevê

Galã às avessas

Iran Malfitano está satisfeito com seu papel em A favorita. Afinal, em uma história na qual vilã é uma over serial killer e a mocinha chega a entediar de tão perfeitinha, Orlandinho tem sido o divertido “alívio” cômico. O personagem, que antes vivia “meio lá, meio cá”, descobriu sua homossexualidade de vez e, de uns tempos para cá, não esconde a paixão por Halley, vivido por Cauã Reymond. E o que estava previsto, inicialmente, para ser apenas uma participação de dois capítulos, tornou-se um dos melhores momentos da trama.

Apesar de causar boas gargalhadas, Orlandinho tem lá suas angústias. Além de não ter sua opção sexual aceita pela milionária família, ele finge gostar de mulher e, por conta disso, sofre com o casamento “armado” que está prestes a concretizar com Céu, ex-prostituta vivida por Deborah Secco. Para piorar, ele não é correspondido no amor. Afinal, Halley só prova, a cada dia, que é um garanhão nato.

Interpretar o homossexual se torna ainda mais interessante porque, através de Orlandinho, Iran deixou de lado os galãs que estava acostumado a viver. Depois de estrear na tevê com uma participação em Laços de família, o ator viveu o mocinho Guilherme em Malhação. Em seguida, graças ao seu “peito cabeludo”, caiu nas graças de Carlos Lombardi e foi o “descamisado” Carlito de Kubanacan.
Quanto à inevitável questão sobre a possibilidade de protagonizar o primeiro beijo gay da tevê, Iran não se esquiva. “Claro que faria. Marcaria positivamente a minha carreira. Se eu tivesse esse tipo de pudor, não poderia ser ator, teria de viver de outra coisa”, reforça o mineiro nascido em Belo Horizonte.

Fabíola Tavernard – PopTevê